Foto: Evandro Rodney
Boletim de monitoramento demonstra melhora da qualidade da água no Rio Paraopeba
Análises recentes realizadas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) apontaram melhora da qualidade da água em todo o Rio Paraopeba, principalmente a partir do trecho que vai do município de Paraopeba até Pompéu, a aproximadamente 250 Km do local de rompimento da Barragem 1 do complexo da Mina Córrego Feijão, em Brumadinho. De acordo com o Igam, no trecho citado não foram observadas violações legais dos parâmetros avaliados desde o mês de junho, estando o parâmetro turbidez em conformidade com os limites legais em todos os trechos monitorados do rio. Os dados fazem parte da última edição (n° 3) do Boletim Informativo do Cidadão, publicação mensal do Igam que apresenta um resumo da qualidade das águas nos locais monitorados ao longo do Rio Paraopeba.
Ainda segundo o Boletim, a melhora da qualidade da água quanto aos níveis de turbidez está relacionada ao período de estiagem que favorece a deposição do rejeito que está na coluna d’água no leito do rio. No entanto, a recente medição realizada identificou resultados de manganês acima do limite da legislação nos trechos 1, 2 e 3 (entre os municípios de Brumadinho e Pompéu). Também foi verificado valores de ferro dissolvido acima dos níveis permitidos na legislação no trecho 2 (entre os municípios de Brumadinho e Esmeraldas) e de alumínio dissolvido nos trechos 2 e 3 (entre os municípios de Betim e Pompéu). Os valores desses metais estão relacionados principalmente a presença do rejeito que se sedimentou no leito do rio.
Os metais cádmio e níquel total não foram mais detectados desde o mês de fevereiro e para os parâmetros chumbo e mercúrio total não há desconformidade desde o mês de março de 2019.
TERRITÓRIO ATINGIDO
Os resultados obtidos pelo Igam indicam que os rejeitos minerários oriundos do rompimento da Barragem 1 não ultrapassaram os limites do reservatório de Retiro Baixo, não atingindo, dessa forma, o Reservatório de Três Marias e o Rio São Francisco.
Contudo, o documento alerta que ainda não se tem a comprovação de ausência de risco à saúde humana e animal pela utilização da água devido à deposição dos rejeitos no leito do Rio Paraopeba e ao possível revolvimento dos sedimentos em função das atividades de remoção do rejeito na área impactada e também ao aumento do escoamento no solo e da vazão do rio no próximo período chuvoso, o que poderá acarretar uma lavagem nos sedimentos do rio. Desta forma, está mantida a suspensão do uso da água bruta do Rio Paraopeba, no trecho que abrange os municípios de Brumadinho até Pompéu.
MONITORAMENTO
O Igam realiza o monitoramento da qualidade das águas superficiais e de sedimentos no Rio Paraopeba com o objetivo de avaliar as alterações na qualidade e o avanço do material que estava depositado na Barragem 1 ao longo do curso de água e os níveis de poluição.
As coletas e análises emergenciais tiveram início um dia após o rompimento da barragem, com o planejamento realizado em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Agência Nacional de Águas (ANA) para definição do roteiro, estruturação dos laboratórios e deslocamento das equipes de campo.
O monitoramento emergencial, de acordo com o Igam, será realizado enquanto for necessário e a frequência do monitoramento será continuamente avaliada pelas instituições envolvidas, conforme resultados obtidos e o deslocamento da frente de rejeitos.
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Edwaldo Cabidelli
Ascom/Sisema