O Mapa da Qualidade das Águas de Minas Gerais é uma importante ferramenta para orientar os investimentos públicos na gestão dos recursos hídricos. "O estudo fornece subsídios para o planejamento do uso da água, para estabelecer metas de qualidade, bem como orientar as ações de fiscalização nos locais onde há maior contaminação", esclarece a diretora-geral do Igam, Cleide Izabel Pedrosa de Melo.
Cleide Pedrosa explica que o cruzamento das informações do mapa com as outorgas concedidas pelo Igam e dos processos de licenciamento ambiental é um valioso instrumento para identificar com precisão as fontes de poluição.
Segundo a diretora-geral, a realização de análises em épocas diferentes dá maior confiabilidade ao estudo. Ela observa que as amostras coletadas no período de chuvas têm pior qualidade, como foi o caso da bacia do rio Doce, que predominou o IQA ‘ruim' no período. No período seco houve, no mesmo rio teve predominância do IQA bom e médio. "No período chuvoso (primeiro e quarto trimestres) é quando se observa uma piora na qualidade das águas e as maiores ocorrências de contaminantes tóxicos", observa. "Nesse período, o processo de escoamento superficial transporta os poluentes para os corpos de água, condição agravada pelos solos desprotegidos de mata ciliar", ressalta.
O professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais, Marcos Von Sperling, também destacou a importância do monitoramento da qualidade das águas para a área de pesquisa e direcionamento de investimentos. "Eu posso falar como um usuário deste mapa da qualidade lançado pelo Igam. O estudo é de grande importância porque mostra tanto uma evolução histórica dos indicadores da qualidade das águas, como um retrato da situação atual e subsidia ações governamentais e da iniciativa privada", afirmou.