Desde a última quarta-feira, 27 de março, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), iniciou o monitoramento também no Ribeirão dos Gomes, afluente do Rio Paraopeba que deságua logo à montante do ponto de monitoramento do IGAM BP099 em Felixlândia, que por sua vez está localizado após a UHE Retiro Baixo e a 318,3 km do local do rompimento da barragem B1 da Vale, em Brumadinho . O monitoramento nesse novo ponto tem como finalidade avaliar a qualidade da água e sua possível interferência nos resultados obtidos na estação BP099.
Atualmente, o Igam monitora diariamente as estações de amostragem localizadas no rio Paraopeba no remanso da UHE Retiro Baixo (BPE5) e a jusante da UHE Retiro Baixo (BP099) a fim de se verificar o avanço da frente de rejeitos que segundo os últimos dados oficiais, está a cerca de 310 km de distância do local do desastre, entre os municípios de Pompéu e Curvelo, no remanso do reservatório da UHE Retiro Baixo. Os dados do monitoramento do Igam chegaram a apresentar alterações da turbidez (que indica a transparência da água) no BP099 no dia 22 de março de 2019.
Nesta mesma data, a equipe do laboratório contratado pelo Igam observou uma grande alteração visual da turbidez, decorrentes de intensas chuvas na região, principalmente no afluente que desagua à montante do BP099 (Ribeirão dos Gomes). Diante disso, o Igam solicitou à empresa VALE os dados do monitoramento da qualidade das águas do Ribeirão dos Gomes (ponto VALE CE-01), que indicaram uma grande semelhança no comportamento dos seus resultados (Figura 1), reforçando a hipótese de que as alterações no BP099 advêm deste ribeirão e não do avanço da frente de rejeitos.
Destaca-se que nos dias subsequentes, 23 e 24 de março, o resultado da Turbidez foi 95 e 57 NTU respectivamente, na estação BP099.
Outro parâmetro que apresentou correlação entre os dados medidos no BP099 do IGAM e o CE-01 da VALE foi o ferro dissolvido (Figura 2). Os resultados também sugerem forte interferência do Ribeirão dos Gomes no ponto BP099 do Igam.
Ascom/Sisema
