Desde o dia 15 de janeiro o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) emite dois boletins diários com a previsão do tempo na área de abrangência do primeiro Radar Meteorológico de Minas Gerais. Adquirido pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) por R$10,5 milhões, o equipamento permite a melhoria do monitoramento e da vigilância atmosférica, inclusive no período chuvoso do Estado, que vai até março.
A gerente de Monitoramento Hidrometeorológico do Igam, Wanderlene Ferreira Nacif, ressalta que a operação do Radar Meteorológico irá proporcionar ao Igam uma série de benefícios, principalmente a melhoria dos serviços diretos e indiretos já oferecidos (leia no box). “A operação contínua do equipamento apontará necessidades, viabilidades e estratégias no trabalho, que servirão de base para aplicação nos demais radares a ser adquiridos para complementar a rede proposta para Minas Gerais”, frisa.
O monitoramento iniciou no dia 5 de dezembro em caráter experimental, durante oito horas por dia, cinco dias por semana. Após 40 dias de avaliação e teste, passou a funcionar 24 horas. De acordo com a meteorologista do Igam, Paula Pereira de Souza, esse tipo de radar permite localizar a precipitação, calcular seu deslocamento, estimar o tipo (chuva ou granizo), contribuindo para a melhoria da previsão de curtíssimo prazo. “Ele permite também analisar a estrutura das tempestades e seu potencial para causar tempo severo”, diz.
Para maior eficiência das informações fornecidas pelo radar meteorológico foram instaladas duas unidades de operação do radar: uma em Mateus Leme, composta de instalações físicas, casa de controle, equipamentos, radar, antena, mecanismos de movimentação, computadores e gerador auxiliar, de responsabilidade da Cemig e uma instalação de operação remota e utilização dos produtos do Radar na Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais, de propriedade do Igam.
Segurança meteorológica
O posicionamento do Radar no município de Mateus Leme possibilita a melhoraria da segurança meteorológica em toda a Zona Metalúrgica e Campo das Vertentes, boa parte da Bacia do Rio Doce, Zona da Mata e Alto São Francisco. Nestas regiões, integrantes do círculo interno da figura, que corresponde a um raio de 200 km, será possível identificar, monitorar e estimar quantitativamente a ocorrência de precipitação. Também será possível monitorar e identificar o tipo de chuva e a ocorrência de granizo, a intensidade dos ventos e a velocidade de deslocamento das tempestades. Desta forma pode-se aumentar a proteção com relação à ocorrência de tempestades e queda de granizo, inclusive na região metropolitana de Belo Horizonte.
Já a cobertura no Noroeste de Minas, Norte de Minas, Sul de Minas e Vale do Jequitinhonha, correspondente ao círculo externo com raio de 400 km, permitirá identificar os sistemas causadores de precipitação e prever sua trajetória, mas não haverá como identificar e nem quantificar o tipo de precipitação.
Durante os primeiros anos de operação do radar, deverão ser realizados estudos sobre a atenuação do sinal do radar devido à topografia de Minas Gerais, o seu alcance real e a estimativa de precipitação, o que permitirá aperfeiçoar sua eficiência ao longo dos anos.
Desde 1997, o Igam executa, por meio do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), o monitoramento, voltado para a vigilância e previsão quantitativa do tempo, do clima e do comportamento hídrico, fornecendo à população, em parceria com a defesa civil, informações com ênfase em fenômenos adversos como enchentes, estiagens e temporais severos.
Para a realização do trabalho de monitoramento e vigilância atmosférica o Igam conta atualmente com ferramentas como: imagens de satélite, sistemas de detecção de raios, dados observados por meio de Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) automáticas e pluviomêtricos convencionais. Essas ferramentas, agregadas à utilização de radares meteorológicos irão permitir a emissão mais rápida dos alertas.
Ascom/ Sisema