Fotos: Viviane Lacerda
Conhecimentos, experiências e práticas inovadoras são compartilhados no 2º dia do evento
No segundo dia de debates do Seminário de Revitalização de Bacias Hidrográficas de Minas Gerais: Construindo Soluções, promovido pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) foi apresentado no painel I o tema: “Revitalização de bacias, governança, transversalidade e participação social”. O evento, que aconteceu na biblioteca pública de Belo Horizonte, teve como moderadora a diretora geral do Instituto, Marília Melo.
Os debates propostos têm a finalidade de compartilhar conhecimentos, experiências e práticas inovadoras, além de mobilizar e integrar poder público, comitês de bacias, comunidade científica, empreendedores e sociedade em geral, em torno do processo de elaboração do “Programa Estratégico de Revitalização de Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais”.
“Estamos abordando o tema revitalização de bacias com uma concepção integrada e não apenas focada em restauração florestal, como é normalmente tratada. A gestão de bacias e consequentemente as ações de revitalização devem dar suporte, de fato, ao conceito de sustentabilidade: produção e conservação”, frisou a diretora-geral do Igam, Marília Melo.
A experiência do Planejamento Territorial no Distrito Federal foi apresentada durante o evento
A representante da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Distrito Federal, Maria Rossi fez uma reflexão sobre políticas públicas e propôs um diálogo com todos os atores da sociedade, além de contar sobre a experiência do Planejamento Territorial no Distrito Federal.
Do ponto de vista da implementação das políticas públicas, ela ressaltou o problema da descontinuidade dessas políticas em razão da transição dos governos. Observou que as questões relacionadas à água não são solucionadas com programas de governo, mas com programa de Estado. “É preciso focar no planejamento de médio e longo prazo, pois é imprescindível que haja tempo para a estrutura social casar com a estrutura ecológica e desenvolver soluções mais resilientes”, disse.
Ela defendeu a importância do desenvolvimento de programas mais flexíveis, que respondam e dialoguem com as comunidades, com os Comitês de Bacia e com toda a sociedade. “É essencial haver flexibilidade e dinâmica suficiente para responder aos desafios sociais e econômicos e, principalmente, os ambientais”, completou.
João Bosco Senra ressaltou a importância da gestão participativa com responsabilidade compartilhada entre todos os atores sociais
O assessor e engenheiro técnico da presidência da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), João Bosco Senra, falou sobre o papel do Coletivo Local de Meio Ambiente (Colmeia) na mobilização social do Programa Socioambiental de Proteção e Recuperação de Mananciais, o Promananciais. O Programa prioriza a gestão socioambiental com abordagem sistêmica e ampla participação comunitária rumo à sustentabilidade.
Para João Bosco, são premissas do Programa o cuidado, a responsabilidade compartilhada, a proteção, conservação e uso sustentável da água como base da vida, do desenvolvimento e do meio ambiente. Além disso ele citou a solidariedade como valor a ser estimulado, visando o compartilhamento de experiências e dos recursos financeiros, além da proposição de questões sempre mais próximas das pessoas envolvidas.
O Programa Promanancias da Copasa tem como objetivo recuperar as microbacias hidrográficas e as áreas de recarga dos aquíferos, cujos mananciais servem para a captação dos sistemas de abastecimento de água. Por meio dele são desenvolvidas ações e estabelecidas parcerias que visam a melhoria da qualidade e da quantidade das águas, favorecendo a sustentabilidade ambiental.
Todos os palestrantes foram unânimes em frisar a importância da gestão participativa com responsabilidade compartilhada entre todos os atores sociais e a consciência de que a sustentabilidade perpassa pelo entendimento de ser um processo permanente e contínuo.
Wilma Gomes
Ascom/Sisema