Sisema ComCiência debate causas e consequências das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul

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Criado: Qui, 25 jul 2024 19:18 | Atualizado: Ter, 27 ago 2024 17:39


 

Imagens: YouTube Meio Ambiente Minas Gerais

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Especialista analisou o cenário da região em anos anteriores ao desastre e ressaltou a importância de combater a vulnerabilidade climática

 

“Rio Grande do Sul: conhecimento científico aplicado à gestão pública de eventos climáticos extremos” foi o tema da 34ª edição do Sisema ComCiência, realizado nesta quinta (25/7). O evento, transmitido pelo YouTube do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), abordou previsões, causas e consequências das chuvas que atingiram parte do Sul do Brasil neste ano.

 

O convidado do Sisema ComCiência foi o professor de ecologia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Marcelo Dutra da Silva. Doutor em Ciências e morador da cidade de Pelotas, ele

 

afirmou que, do ponto de vista da ciência, o evento no Rio Grande do Sul não representou uma surpresa particular, assim como em situações anteriores.
Em 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou fortes chuvas que provocaram alagamentos de cidades inteiras, atingindo, também, a capital Porto Alegre. O episódio deixou centenas de mortos, milhares de desabrigados, arrasou residências e comércios, interrompeu o fornecimento de água e energia e deixou um rastro de destruição sem precedentes.

 

“Também não é novidade, já que o Rio Grande do Sul experimenta eventos climáticos extremos já há algumas décadas, mas não de chuva, mas de seca”, afirmou Marcelo da Silva.

 

Ele observou que, a partir de 2013, foram observados volumes de chuva muito maiores que a média e que se repetiram com maior frequência. “Mas não se imaginava uma chuva similar a que ocorreu em 1941, que é a maior inundação que o Rio Grande do Sul já conheceu”, disse.

 

“Este é um momento particular do ajuste do clima e estamos no meio disso, tentando nos ajustar, o que é comprovado por dados e informações do mundo inteiro”, destacou.

 

Marcelo também lembrou que a Terra já está em média 1,4ºC mais quente. “O aumento da temperatura se reflete, por exemplo, no comportamento das espécies, como a relação de polinizadores e polinizações, o que já é perceptível em diversas regiões do planeta”, observou Marcelo da Silva. “Isso se deve ao fato que vivemos numa economia baseada em carbono”, completou.

 

“A situação mostrou o quanto estamos vulneráveis a resistir a um evento climático extremo”, contextualizou o professor, que concluiu sua fala reforçando a necessidade de um esforço de sociedade para prevenir futuras situações provocadas pela mudança climática, o que tem alto custo”.

 

Clique aqui para assistir o programa na íntegra.

Sisema ComCiência

 

O Sisema ComCiência é um projeto do Sisema, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e teve início em novembro de 2020. A iniciativa, realizada mensalmente, visa a divulgação de trabalhos científicos de relevância para o meio ambiente no estado, com convidados escolhidos para apresentar resultados de pesquisas científicas e acadêmicas importantes para a área ambiental de Minas.

 

O programa é apresentado e mediado por Alexandre Magrineli dos Reis, analista ambiental da Assessoria de Programas, Projetos e Pesquisa em Recursos Hídricos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).

 

Emerson Gomes
Ascom/Sisema