A professora Teresa Cristina Pissarra foi a convidada da edição especial do Sisema ComCiência na programação do mês da água
Inaugurada oficialmente nesta sexta-feira (5/03), a programação oficial do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) dedicada ao Mês da Água teve em sua estreia uma edição especial do programa Sisema ComCiência. Voltado para receber pesquisadores que tragam temas relevantes ao meio ambiente e conectados com a realidade da gestão pública, o programa recebeu hoje a professora Teresa Cristina Pissarra, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que apresentou um trabalho que relaciona a produção de água limpa em bacias hidrográficas, segurança hídrica e pagamento por serviços ambientais.
A pesquisa foi desenvolvida em parceria entre a Unesp, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), de Portugal, e o grupo de pesquisadores Política de Uso do Solo (PolUS) sobre segurança hídrica. A edição foi aberta pelo diretor-geral do Igam, Marcelo da Fonseca, e apresentada pelo analista ambiental do Instituto Alexandre Magrineli.
Fonseca destacou que os servidores do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) têm muito a aprender com a academia, com todo o desenvolvimento técnico científico que é construído no país. “Nós temos buscado trazer para esse evento pesquisadores que tenham o pé na realidade, que estão trabalhando com as problemáticas ambientais para que nossos servidores possam desenvolver as suas habilidades e incorporar essas tecnologias e conhecimentos no trabalho desenvolvido no Sisema”, diz o diretor-geral do Igam.
Teresa Pissarra, que é doutora e mestre em Agronomia pela Unesp, também cursou pós-doutorado na área de hidrogeologia na UTAD e apresentou uma pesquisa que vem sendo realizada desde 2009 no município de Jaboticabal (SP). O grupo de estudos estuda a fundo os territórios municipais na divisão hidrogeológica por meio das sub-bacias hidrográficas locais e de suas características, chegando à conclusão que o pagamento a produtores rurais para a realização de serviços é uma solução capaz de aumentar a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos disponíveis para a população.
De acordo com a professora, a pesquisa mostra que os gestores municipais devem identificar as áreas prioritárias com foco nas sub-bacias hidrográficas (mananciais de água) para desenvolver ações de revitalização ambiental e atividades sócioeconomicas com foco nas sub-bacias municipais. “Os gestores precisam pensar nas sub-bacias municipais e fazer com que proprietários rurais de áreas de nascentes desenvolvam atividades de produção vegetal e animal concomitante as ações de recuperação e conservação da vegetação nativa, além de práticas de manejo e de conservação do solo e da água, e com a possibilidade de implementar sistemas de produção agroflorestal”, afirma a pesquisadora.
A professora destacou ainda que esse incentivo aos produtores rurais deve ser feito com recursos que podem vir dos usuários de água, poder público ou de outras fontes. “Ou você melhora as condições das nascentes ou piora a qualidade e diminui a quantidade do recurso hídrico”, completa. A íntegra da apresentação com todos os detalhes trazidos pela pesquisadora está disponível no canal do Sisema no YouTube. Para acessar basta clicar no link abaixo.
PROGRAMAÇÃO
A programação do Mês da Água conta ainda com uma série de eventos entre cursos, palestras, webinars e seminários para discutir a importância da preservação de mananciais, além de destacar ações em andamento para promover a segurança hídrica em Minas. As ações comemorativas são coordenadas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).
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Guilherme Paranaiba
Ascom/Sisema
