Foto: Reprodução Youtube
Mediação do webinar foi feita pelo diretor-geral do Igam, Marcelo da Fonseca
Experiências obtidas com sistemas de monitoramento de controle de usos da água no Distrito Federal e em Tocantins foram compartilhadas, na tarde dessa quarta-feira (17/3), durante webinar promovido pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). O evento ocorreu dentro da programação de atividades do Mês da Água e discutiu modelos para se fazer a gestão da oferta e demanda de recursos hídricos.
O seminário foi mediado pelo diretor-geral do Igam, Marcelo da Fonseca, e teve a participação do superintendente de Recursos Hídricos da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Gustavo Carneiro, e do mestre e doutor em recursos hídricos e ambientais e professor da Universidade Federal do Tocantins, Felipe de Azevedo Marques. Os dois especialistas apresentaram modelos já implantados e debateram sobre a relevância do monitoramento para o alcance de equilíbrio entre a demanda e a oferta de água.
Exemplos
Gustavo Carneiro apresentou o sistema de monitoramento estruturado para o Rio Jardim, no Distrito Federal. O sistema é gerido juntamente aos usuários outorgados, que fazem a medição da vazão e volume de água captada do rio, por telemetria, utilizando 69 bombas. Todas as informações aferidas são enviadas a um portal, em que a Adasa executa o monitoramento de cada um dos pontos do corpo d’água onde estão instalados os aparelhos para medição.
“O monitoramento do uso da água é um desafio imenso, mas de muita relevância, pois é um instrumento necessário para fazer a gestão de recursos hídricos. Se houver precisão da quantidade de água disponível, não haverá dificuldade em saber a quantidade de água que poderá ser disponibilizada em processos de outorga. O monitoramento, acima de tudo, aprimora a gestão e garante mais transparência aos processos”, avalia Gustavo Carneiro.
O professor Felipe Marques, por sua vez, apresentou o sistema “Gestão de Alto Nível” desenvolvido na Universidade, para uso no Tocantins. A ferramenta consiste no monitoramento remoto, em tempo real, da disponibilidade e da demanda de água por meio de medidores de vazão, transmissores de dados e micro usinas solares. As informações são consolidadas em mapas, tabelas e gráficos na plataforma criada para consolidar tudo o que foi registrado no monitoramento.
Marques ressaltou, ainda, que a plataforma é capaz de apresentar a disponibilidade hídrica e a demanda em uma bacia hidrográfica em painéis de monitoramento. Ele ainda citou como exemplo os trabalhos realizados no Rio Formoso, afluente do Rio Araguaia. “O monitoramento não é só para fiscalizar o usuário, mas, principalmente, para conseguir administrar o recurso mais importante da terra. O Brasil é um país com vocação agrícola, com terra fértil, água e sol. Neste cenário, ter registros de rios secando demonstra falha de administração que não soube mensurar a oferta e a demanda”, analisou.
Monitoramento em Minas
O diretor-geral do Igam, Marcelo Fonseca, destacou que a Portaria 48/2019 já havia apresentado a previsão e obrigatoriedade de instalação de equipamentos de medição, vazão e telemetria em áreas de conflito de bacias hidrográficas em Minas Gerais. Segundo ele, o Estado está avançando na construção de soluções para implementar o projeto, a partir de um projeto piloto que tem a participação de diversos atores.
“É uma soma de esforços para avançar em telemetria e monitoramento. Não dá para fazer gestão de recursos hídricos sem saber o que temos e o que estamos utilizando. Juntos, órgãos gestores, usuários de água, acadêmicos e instituições de assessoria técnica podem contribuir de forma fundamental para o avanço deste processo”, comentou Fonseca.
O webinar foi transmitido no Youtube e pode ser acessado na íntegra, no canal Meio Ambiente Minas Gerais. Clique aqui e confira!
Mês da água
Em comemoração ao Dia Mundial da Água, celebrado mundialmente na próxima segunda-feira (22/3), o Igam está realizando, durante todo o mês de março, ações especiais para destacar as ações e iniciativas em prol da conservação dos recursos hídricos. Além do webinar desta quarta-feira, há ainda na programação uma série de eventos como cursos, palestras e seminários voltados à discussão da importância da preservação de mananciais e manutenção das bacias hidrográficas mineiras. A programação completa pode ser acessada neste link e, também, neste vídeo.
Simon Nascimento
Ascom/Sisema