O Governo de Minas inaugurou, nessa quarta-feira (23/10), o monumento “Bruma Leve”, construído em homenagem às 272 pessoas que perderam a vida após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho. As peças foram construídas em frente ao Prédio Tiradentes, localizado na Cidade Administrativa.
O Bruma Leve é composto por 272 peças lineares de tamanhos variados, posicionadas uma ao lado da outra. A peça mais alta tem 2,72 metros. Elas têm a forma de perfis humanos em diferentes posições, cada uma representando uma das vidas perdidas na tragédia. Essas peças também receberam placas com os nomes das vítimas.
A solenidade de inauguração contou com a presença do governador Romeu Zema, da secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, entre outros representantes do executivo estadual. Também foram convidados membros da Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum), Instituições de Justiça que assinaram o Acordo de Reparação – Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG).
Em seu discurso durante a solenidade, Romeu Zema destacou que o monumento, além de homenagear as vítimas do desastre ambiental em Brumadinho, servirá como um alerta para todos os governantes e autoridades.
"Toda pessoa que estiver na sede do governo ou passar pela rodovia terá a oportunidade de ver esse monumento, assim como todos os governadores que por aqui passarem. Todos terão a visão de que nunca mais podemos ter uma tragédia dessa natureza em Minas Gerais", afirmou o governador.
Já a secretária Marília Melo destacou que o rompimento da barragem não é apenas um desastre ambiental, mas é, principalmente, humanitário. Ela enfatizou que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) continua acompanhando o processo de recuperação de Brumadinho e do Rio Paraopeba, afetados diretamente pela tragédia.
“Esse é um momento muito significativo, especialmente pelas vidas perdidas, que é a grande perda que tivemos no desastre. E, agora, o Governo de Minas está buscando de todas as formas minimizar as perdas humanas e o dano ambiental causado por esse desastre”, disse.
A obra de instalação do Bruma Leve foi iniciada em março e concluída neste mês de outubro. O monumento foi executado com recursos do Tesouro do Estado de Minas Gerais, sem relação com os investimentos do Acordo de Reparação.
O valor total foi de R$ 1,1 milhão - que engloba a obra, o projeto executivo e o concurso, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), com apoio da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MG), que coordena o Comitê Pró-Brumadinho.
Reparação
Em um trabalho multidisciplinar, incluindo a Semad, o Governo de Minas busca reparar os danos ambientais causados pelo rompimento da barragem. Um dos trabalhos conduzidos pela pasta é o desenvolvimento de atividades relacionadas à implementação de projetos e ações de recuperação socioambiental da Bacia do Rio Paraopeba.
A ação é uma de várias que estão previstas no Acordo Judicial para reparação integral relativa ao rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Recentemente, os trabalhos ganharam o reforço de 55 profissionais contratados para ajudar nas atividades relacionadas à Bacia do Rio Paraopeba.
As ações também fazem parte do Plano de Reparação Socioambiental da Bacia do Rio Paraopeba e compõem o capítulo três do documento. O conteúdo aprovado consiste no Plano de Ação para Proteção à Fauna (PAPF) e três programas que o compõem: o Programa de Prospecção e Resgate de Fauna Terrestre, o Programa de Abrigo e Destinação de Animais Domésticos e o Programa de Prospecção, Resgate e Acompanhamento de Abelhas Nativas.
Também estão previstas a castração e a microchipagem de animais da população de baixa renda, tutelados por ONGs e protetores e também animais de rua, entrega de materiais para a realização de ações de adoção, e capacitação das prefeituras para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à fauna doméstica. Ao todo, mais de R$ 1 bilhão serão investidos em diversas ações na área degradada pelo desastre.
“A Semad tem empenhado todos os seus esforços para promover, com toda a segurança e respeito às vítimas que ainda estão sendo procuradas, a recuperação ambiental, tanto de Brumadinho quanto da bacia do Rio Paraopeba”, concluiu o secretário de Estado Adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Leonardo Rodrigues.
Matheus Adler
Ascom/Sisema