“Quando a natureza sufoca, quem não respira é você” é o tema da campanha de prevenção a incêndios florestais lançada nesta segunda-feira (27/07) pelo Governo de Minas, por meio do Instituto Estadual de Florestas, órgão que integra o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). As peças publicitárias, com mensagens educativas, estão sendo veiculadas nas redes sociais do Sisema (@meioambienteminasgerais) e do Corpo de Bombeiros (@bombeirosmg), parceiro na iniciativa. A corporação militar é membro da Força tarefa Previncêndio, programa coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) nas atividades de prevenção e combate a incêndios florestais nas unidades de conservação estaduais.
Além das peças para redes sociais, cuja publicação se estende até outubro, a campanha prevê spot de rádio e divulgação de conteúdo jornalístico com informações sobre os impactos dos incêndios para o meio ambiente e a saúde humana. “A campanha tem foco nos sérios danos causados pelo fogo criminoso, capaz de consumir a vegetação, matar animais, secar nascentes, entre outros prejuízos ambientais, e ainda agravar doenças respiratórias na população”, afirma o diretor-geral do IEF, Antônio Malard.
A divulgação da campanha coincide com o período crítico para a ocorrência de incêndios, que se estende até novembro, devido à estiagem. Somadas à essa iniciativa, outras ações estão sendo desenvolvidas pelo Governo de Minas para prevenção e combate a incêndios. Nesta semana, o IEF finaliza a avaliação de documentos dos inscritos no Processo Seletivo de Brigadistas Temporários, em atendimento ao Edital nº 01 de 2020 do IEF.
Na última quarta-feira (22/07), o Instituto publicou o resultado da 3ª etapa do processo. A contratação faz parte dos esforços do órgão ambiental no combate aos incêndios florestais nas unidades de conservação (UCs) estaduais, durante o período crítico para essas ocorrências.
Estão sendo disponibilizadas 265 vagas para brigadistas que atuarão nas UCs e nas Unidades Operacionais da Força Tarefa Previncêndio, em atividades de prevenção, monitoramento e combate às ocorrências. O profissional cumprirá carga horária de 40 horas semanais, conforme demanda das unidades de conservação. Eles serão contratados por um período de 100 dias, prorrogável conforme interesse da administração pública, nos termos da legislação vigente. Em reforço ao trabalho, estão sendo adquiridos equipamentos para atuação em campo, como sopradores e bombas costais, além da contratação de aviões air-trator para lançamento de água. As ações da FTP são feitas a partir dos centros operacionais em Belo Horizonte, Curvelo e Januária.
Neste sábado (25/07), outra importante medida foi adotada pelo IEF e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) que publicaram no Diário Oficial a resolução conjunta Semad/IEF nº 2.988/2020, documento que estabelece novos critérios de uso, monitoramento e controle do fogo na agricultura e também para pesquisa científica e tecnológica no território mineiro. A norma tem por objetivo atualizar os procedimentos para requerimento e emissão de autorização para queima controlada, anteriormente estabelecidos pela Resolução Conjunta Semad/IEF nº 2.075 de 2014, ampliando os mecanismos de controle sobre a prática.
Entre as novidades trazidas pela nova resolução conjunta, estão o uso da queima controlada como estratégia de combate a incêndios em plantações agrícolas, além da possibilidade de autorização da prática na análise do licenciamento ambiental.
O período crítico de incêndios florestais ocorre todos os anos com início em julho, atingindo o pico de ocorrências nos meses de setembro e outubro. O intervalo é marcado pela baixa incidência de chuvas e ressecamento da vegetação, além da baixa umidade relativa do ar, o que propicia maior número de focos de incêndio.
ÁREA QUEIMADA FOI MENOR EM 2019
Minas registrou em 2019 um alívio em relação aos incêndios florestais, na comparação com a área média atingida, historicamente, pelo fogo. Balanço do Instituto Estadual de Florestas (IEF) mostra que os incêndios em áreas internas de unidades de conservação mineiras consumiram cerca de 27 mil hectares no último ano. O número é 21% menor se comparado à média de 34 mil hectares/ano registrada em um intervalo de seis anos, entre 2013 e 2018.
Foto: Evandro Rodney
Minas registrou, em 2019, uma diminuição da área interna queimada nas UCs do Estado equivalente a 7.000 campos de futebol, se comparada à média histórica registrada entre 2013 e 2018
O resultado, segundo o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Bueno Belo, deve-se, em parte, às ações de prevenção, controle e contenção promovidas pelo Instituto nas unidades de conservação estaduais. “Apesar de ter sido um ano bastante crítico devido ao longo intervalo sem chuvas significativas, o trabalho conjunto dos brigadistas, equipes de manutenção das unidades e instituições parceiras garantiu um bom desempenho com relação à área interna queimada”, destacou o gerente.
Outro fator preponderante para a redução do quantitativo foi o chamado “tempo resposta”. Dados do IEF apontam que o intervalo entre a notificação do incêndio e o deslocamento das equipes de contenção até o local identificado, foi fundamental na redução da área queimada atingida. “Muitos são os fatores que influenciam no combate a um incêndio. Apesar de não ser possível estabelecer números exatos capazes de relacionar área queimada e tempo-resposta, podemos afirmar que quanto mais rápido é o trabalho dos brigadistas maior é a chance de debelar o incêndio ainda no início”, explica Bueno.
Para o diretor-geral do IEF, Antônio Malard, a diminuição da área queimada nas unidades de conservação estaduais é resultado, principalmente, do trabalho conjunto promovido pela autarquia, atuando em parceria com os demais membros da Força-Tarefa Previncêndio: Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Corpo de Bombeiros, polícias Civil e Militar, Defesa Civil estadual, além de brigadas voluntárias e contratadas nas ações de prevenção e contenção de incêndios em Minas Gerais.
“O IEF também fomenta a criação de brigadas municipais e incentiva os gerentes a realizar parcerias locais, buscando ampliar o efetivo disponível para as ações de prevenção e combate aos incêndios. Nossa intenção é promover uma participação cada vez maior da sociedade civil nas atividades de proteção ambiental”, ressaltou Malard.
Minas Gerais conta, atualmente, com 93 unidades de conservação administradas pelo IEF, sendo o Instituto responsável pela proteção de uma área de 2,4 milhões de hectares no Estado.
Valquiria Lopes e Edwaldo Cabidelli
Ascom/Sisema