Promover o desenvolvimento sustentável do turismo no estado, com foco na preservação ambiental e no uso consciente dos recursos naturais é o principal objetivo do Plano Diretor do Turismo Verde. Lançado nesta terça-feira (8/10) pelo Governo de Minas, o Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável reforça o compromisso de Minas em alinhar suas políticas públicas com as melhores práticas globais de sustentabilidade, incentivando um turismo responsável e ambientalmente consciente.
O Plano é idealizado pelas secretarias de Estado de Cultura e Turismo (Secult), de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), além da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). A iniciativa também conta com o apoio do Instituto Estadual de Florestas (IEF), da Cemig, do Sebrae Minas, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) e da Federação das Instâncias de Governança Regional de Minas Gerais (Fecitur).
A estratégia envolve diversas ações, como a campanha de conscientização “Minas Verde”, direcionada a turistas, empreendedores e gestores públicos, projetos de educação ambiental, incentivos fiscais para municípios e estabelecimentos turísticos que adotarem medidas ambientais, criação do Selo Verde Minas para cidades, vilas, estabelecimentos que sigam rigorosos critérios de sustentabilidade, implementação de sinalização de turismo no estado e a estruturação da Rota Verde, com o mapeamento e a promoção de rotas de ecoturismo em Minas Gerais.
Durante o lançamento, a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, lembrou que Minas abriga alguns dos parques mais visitados do Brasil e que o estado é uma síntese do país por possuir três biomas: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.
Minas Gerais possui 95 Unidades de Conservação Estaduais (UCs), com cerca de 2,4 milhões de hectares de áreas protegidas. Dessas unidades, 35 estão abertas à visitação, com grande potencial turístico. O estado conta, ainda, com 296 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) oficialmente criadas, com um total de 116 mil hectares preservados, e a única cordilheira do Brasil, a do Espinhaço.
A secretária ressaltou, ainda, que o Governo de Minas trabalha para avançar com o Programa de Concessão de Parques Estaduais (Parc), que visa contribuir para a inovação na gestão de áreas protegidas, atrair investimentos, gerar empregos e ampliar recursos humanos e financeiros a serem empregados na conservação ambiental. Até o momento, cinco Unidades de Conservação estaduais são geridas por instituições parceiras.
“Temos avançado com o trabalho de concessão em alguns deles para dar capacidade turística cada vez maior para as UCs, para que possamos receber os turistas mineiros e de fora do nosso estado como merecem”, afirmou Marília.
O Plano também prevê press trips com jornalistas de turismo sustentável e influenciadores digitais para mostrar o impacto das iniciativas verdes, capacitação e formação técnica e apoio logístico para gestores públicos interessados em aplicar soluções sustentáveis em suas cidades, parcerias estratégicas com prefeituras, universidades, Instâncias de Governança Regionais (IGRs), empresas de energias limpa, startups e instituições ambientais, além de agências de turismo e operadores.
Terão, ainda, ações de promoção nas campanhas de fim de ano do Governo de Minas – Natal da Mineiridade e Virada da Liberdade – e o programa será incorporado à folia mineira em 2025 com o projeto Carnaval Verde, integrando turismo e sustentabilidade.
Já o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, frisou que dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) mostram que 95% dos viajantes preferem viagens sustentáveis. Pensando nisso, o selo verde servirá para premiar estabelecimentos, como bares, pousadas e hotéis, que tiverem como prioridade a preservação ao meio ambiente.
“Em Minas Gerais, de forma prática, vamos dar o selo para aqueles empreendimentos, desde hotéis até bares, que tenham como premissa a sustentabilidade. Temos que repensar no uso do plástico, do copo e a panfletagem de eventos”, enfatizou.
Construção do plano
A elaboração do Plano Diretor do Turismo Verde levou em conta a diversidade territorial de Minas Gerais e de suas vocações turísticas, sobretudo aquelas que promovem emprego e renda de maneira responsável. O novo programa busca conciliar o crescimento do turismo no estado com a conservação dos recursos naturais e o respeito às comunidades locais.
Diversos setores da sociedade civil, iniciativa privada e órgãos públicos trabalharam na construção do Plano Diretor do Turismo Verde em sintonia com o Programa de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), criado para ser um guia para setores público e privado para as transformações necessárias até 2030 na maneira de produzir, consumir e interagir com o meio ambiente. Minas Gerais está na terceira colocação dos estados brasileiros na execução das metas relacionadas aos ODS.
Ao longo dos últimos meses, a Secult realizou 15 oficinas para promover o Plano Diretor do Turismo Verde. Os encontros reuniram participantes de 48 IGRs, 20 operadores nacionais, 42 receptivos mineiros e sete especialistas do mercado turístico verde. A ação impactou cerca de 370 municípios do estado.
Unidades de Conservação
As Unidades de Conservação Estaduais (UCs) se destacam pela grande beleza cênica e relevância ecológica e foram criadas com a finalidade de preservar recursos hídricos como mananciais, veredas e cachoeiras, além das formações geológicas e geomorfológicas como cavernas, cânions e picos. As unidades ainda podem proteger o patrimônio cultural, histórico, paleontológico e arqueológico, a fauna e flora nativas, especialmente as espécies ameaçadas de extinção, e propiciar pesquisas científicas, educação e interpretação ambiental e turismo de natureza.
Entre janeiro e agosto, 683.312 visitantes passaram nas 35 UCs que realizam controle de visitação, de acordo com o Painel de Indicadores do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). A unidade mais visitada até o momento é o Parque Estadual da Serra do Rola Moça, que já atraiu 132.326 pessoas.
Matheus Adler
Ascom/Sisema