Os desafios enfrentados no transporte de produtos perigosos em Minas Gerais e a atuação dos órgãos e instituições envolvidas no atendimento às emergências ambientais foi o foco dos debates da manhã desta terça-feira (28/06) no II Seminário de Transporte de Derivados de Petróleo. O evento é uma realização do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), por meio da Subsecretaria de Controle e Fiscalização Ambiental Integrada (Sucfis) e a Petrobras.
Na abertura do Seminário, o Gerente de Comercialização da Refinaria Gabriel Passos, José Eduardo Gorini, ressaltou a importância da prevenção como forma de evitar as graves conseqüências desse tipo de acidente. “Somente a refinaria Gabriel Passos produz 24 milhões de litros de combustíveis por dia e, toda essa carga passa pelas estradas mineiras, trazendo riscos enormes às pessoas e ao meio ambiente, por isso, para grandes riscos, é preciso que seja realizado um grande trabalho de prevenção”, afirmou.
Augusto Lio Hora, Secretário Adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável também frisou a importância da prevenção dos acidentes com cargas perigosas. “A prevenção é um princípio, uma das ferramentas e uma obrigação jurídica que o Estado deve cumprir. A resposta rápida é necessária, mas temos que cuidar, através de políticas e ações concretas, para que essa estrutura seja menos utilizada possível, em uma ação preventiva”, disse.
A extensa malha rodoviária de Minas Gerais, a topografia acidentada, além de dificuldades como o deslocamento para grandes distâncias, a demora na comunicação do acidente, a falta de treinamento e preparo de equipes e das transportadoras para lidar com as situações de acidentes e de estrutura das seguradoras foram alguns problemas apresentados no Seminário. “O tempo de resposta para o início dos trabalhos é fundamental para a minimização dos danos à saúde da população e ao meio ambiente”, argumentou o Analista Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ronildo da Silva Valente.
Valente ressaltou também que é necessária a criação de um protocolo único de atendimento às emergências, agregando todos os setores envolvidos.
Saúde do trabalhador
Os problemas relacionados á saúde do trabalhador e o uso de drogas lícitas e ilícitas utilizadas pelos motoristas rodoviários também foi bastante discutido durante o seminário.
Para o presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, Aloísio Andrade, é preciso desestimular o uso inadequado dessas substâncias, por meio do estabelecimento de exames de saúde rotineiros como os exames pré-admissionais, exames aleatórios, como o anti-doping e exames de rotina. “Precisamos ter clareza que a dependência química é hoje o maior desafio que a humanidade enfrenta, mas, por outro lado precisamos também entender que, quando a liberdade individual afeta outras pessoas, esse direito é secundário, diante do interesse coletivo”, frisou.
Outras medidas de prevenção como treinamentos e a capacitação dos motoristas, melhoria das condições das estradas e o planejamento adequado das rodovias, bem como o trabalho de fiscalização foram citadas como primordiais na prevenção de acidentes e minimização dos danos e conseqüências.
Segundo dados apresentados pela diretora de Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Elice Eliane Nobre, a região Sudeste do Brasil é responsável por 60% dos acidentes de trabalho no transporte rodoviário de carga. Deste percentual, 20% dos registros são de Minas Gerais.
Ainda de acordo com a diretora, é preciso pensar, conjuntamente, ações como a mobilização de recursos em tempo hábil, a proteção da saúde das equipes de resposta e uma infra-estrutura segura para oferta de serviços de qualidade no atendimento, assegurando assim a redução da exposição da população e dos profissionais envolvidos no atendimento e esse tipo de emergência.
Milene Duque
Ascom/Sisema
3915.1847
