Foto: IEF/Divulgação
Foram atendidas 175 propriedades rurais da Zona da Mata Mineira, com cercamento de nascentes, doação de mudas e plantio, além da capacitação de mais de 1 mil pessoas
Coordenado em Minas Gerais pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Projeto Conexão Mata Atlântica finaliza seus trabalhos após sete anos de execução. O projeto foi criado com o objetivo de promover a recuperação e a preservação dos serviços ecossistêmicos associados à biodiversidade e ao aumento do estoque de carbono em áreas prioritárias do corredor sudeste da Mata Atlântica brasileira. O Conexão Mata Atlântica finaliza suas ações em Minas com o atendimento de 175 propriedades rurais da Zona da Mata Mineira, atendidas com cercamento de nascentes, doação de mudas e plantio, além da capacitação de mais de 1 mil pessoas entre produtores e sindicatos rurais, técnicos de prefeituras e alunos de escolas rurais.
A iniciativa contou com ações estruturadas nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, promovidas pelos governos federal e estaduais, com apoio financeiro do Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environmental Facility – GEF). O projeto tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) como executora financeira. Nesse período, foram destinados ao Governo de Minas Gerais U$4,33 milhões de dólares para execução das atividades. Em Minas, ele é executado pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema, por meio do IEF; pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) e pela Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg).
Criado em 2016, as ações tiveram início em 2017 e envolveram a restauração de florestas nativas e de áreas produtivas nas sub-bacias do Rio Pomba e Muriaé e dos rios Preto e Paraibuna, localizados na Zona da Mata. Essas sub-bacias hidrográficas foram priorizadas devido à sua importância na contribuição de água na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, sendo utilizadas para o abastecimento urbano. A meta era a recuperação ambiental de 1.005 hectares, mas a expectativa foi superada com a entrega, em 2024, de 1.542 hectares recuperados.
“Por meio do projeto foi possível atuar na Zona da Mata Mineira, onde tivemos recuperação ambiental de propriedades com o plantio de mudas nativas e exóticas, a implementação de sistemas agroecológicos e agroflorestais, e capacitações em uso sustentável da água e do solo”, disse o coordenador do projeto Conexão Mata Atlântica em Minas e analista ambiental do IEF, Marcelo Araki.
REUNIÃO DE ENCERRAMENTO
Em reunião realizada nesta semana em Brasília, os técnicos do IEF e o coordenador do projeto, Marcelo Araki apresentaram os bons resultados que coroam esse encerramento. “O Conexão foi um grande desafio. Logo no início da execução veio uma pandemia, mas o projeto nunca parou e o sucesso e os bons resultados só foram possíveis pelo intenso envolvimento dos técnicos do IEF e das propriedades inscritas no projeto”, ressaltou Araki. Além dos representantes do IEF, foram ao encerramento os produtores rurais Jorge Augusto de Faria Filho e sua esposa Luzia Eleno, Ricardo Faria e André Amaral.
Para a diretora de Conservação e Recuperação de Ecossistemas do IEF, Marina Dias, o Projeto Conexão Mata Atlântica representou um marco para o estado de Minas Gerais. “Através dele foi possível colocar em prática técnicas de conservação e restauração ambiental considerando, além dos aspectos ambientais, as questões sociais e econômicas das propriedades fomentadas pelo projeto”. Animada com os resultados Marina já pensa em novos desafios, “Essa experiência é muito exitosa para outras regiões do Estado. Agora é o momento de buscarmos novas parcerias e desenvolvermos novos projetos que esperamos que sejam tão bem-sucedidos como o Conexão”, finalizou.
Renata Fernandes
Ascom/Sisema