Fotos: Divulgação IEF
As mudas utilizadas no Projeto sao produzidas em viveiros da região como o de Lima Duarte
O Projeto Conexão Mata Atlântica completa em 2020 quatro anos de ações de sucesso na recuperação de mais de 1,1 mil hectares de áreas de matas nativas em Minas Gerais. O trabalho é coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), órgão do Governo de Minas, e já distribuiu cerca de 549 mil mudas de espécies nativas e outras 34 mil de espécies de árvores exóticas, como o eucalipto e o mogno africano. Até o momento, 131 propriedades rurais da Zona da Mata Mineira foram beneficiadas pelo projeto.
Com início em 2016, o Projeto seria finalizado em 2021, mas foi prorrogado até 2023, com a meta de restaurar outros 1,5 mil hectares. As ações incluem a restauração de áreas degradadas e a capacitação de produtores rurais em técnicas de manejo sustentável da água e do solo, utilizando uma abordagem moderna de manejo florestal sustentável.
O trabalho é desenvolvido na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, na Zona da Mata Mineira, em parte do Estado de São Paulo, na região do Vale do Paraíba Paulista e em metade do Rio de Janeiro. Na porção mineira da Bacia do Paraíba do Sul estão inseridas as sub-bacias dos rios Pomba, Muriaé, Preto e Paraibuna. Marcelo Araki, coordenador do projeto e analista ambiental do IEF, explica que todas as sub-bacias do Paraíba do Sul foram priorizadas devido à importância na contribuição de água. “As sub-bacias são muito utilizadas para o abastecimento urbano do Sudeste do Brasil, mas apresentam degradação”, observa.
Segundo o balanço de ações divulgado pelo IEF, foram distribuídos aos proprietários rurais que se cadastraram no projeto 182 mil metros de cerca, que foram utilizadas para cercamento de 230 Áreas de Preservação Permanente (APP), como nascentes e matas de topo de morro. Também foram distribuídas 549.993 mil mudas de espécies como café, pupunha, banana, guanandi, cacau, abacate, e outras usadas nos sistemas agroflorestais.
Benefícios
O principal objetivo do Projeto Conexão Mata Atlântica é produzir benefícios para a natureza e para os produtores rurais, especialmente na restauração de áreas. “As ações incluem aspectos importantes como a proteção da biodiversidade e a capacitação de proprietários cadastrados no trabalho para utilização adequada dos recursos naturais”, explica Marcelo Araki.
O IEF oferece orientação técnica e materiais para os produtores cadastrados no Projeto, realizando cursos e atividades nas quais capacita os proprietários rurais sobre o uso sustentável da água e do solo. As orientações têm o objetivo de promover a adequação ambiental das propriedades rurais por meio da doação de material de cercamento e plantio, além da contratação de empresas para as instalações das cercas e plantio das mudas.
Uma das formas de divulgação do trabalho e capacitação dos produtores é a realização de Dias de Campo, nos quais proprietários rurais podem conhecer o trabalho e as formas de se cadastrar. As atividades são realizadas com apoio das equipes das Unidades Regionais de Florestas e Biodiversidade (URFBio) do IEF localizadas na região da Zona da Mata. Os eventos já aconteceram nas cidades de Astolfo Dutra, São Francisco do Glória, São Geraldo, Senador Cortes, Santo Antônio do Aventureiro, Argirita, Eugenipólis, Itamaraty de Minas, Santana de Cataguases, Laranjal, Palma, Miradouro, Rio Pomba, Guiricema e Guarani, envolvendo cerca de 1,1 mil pessoas na participação das atividades.
As atividades de campo continuam, mesmo com a pandemia do Covid-19, mantendo todos os cuidados necessários como o uso de máscaras e higienização. Marcelo Araki, explica que atividades como a produção de mudas nos viveiros do Instituto, o cercamento de nascentes por empresas contratadas e a realização de vistorias técnicas nas propriedades também permanece, contando com o apoio, em algumas ocasiões, de equipamentos como drones nas ações de campo.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema