CGFAI finaliza operação no Alto Jequitinhonha

Notícia

Sex, 29 jun 2007


Segundo o diretor de Monitoramento e Fiscalização do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Eduardo Martins, o combate ao desmatamento e produção ilegal de carvão vegetal é um trabalho constante na região. “Os resultados da Operação Alto Jequitinhonha II são iniciais para a intensificação dos trabalhos de fiscalização”, acrescenta.

 

Nesta semana de intensas fiscalizações na região do Serro foram registrados 166 hectares de áreas desmatadas, com apreensão de o equivalente a 318 caminhões carregados de lenha, além de 778 m³ de carvão de origem de mata nativa, que significa carga para quase 13 caminhões.

 

Na parte da agenda marrom foram vistoriados 17 mineradoras de quartzo, seis empreendimentos de extração de areia, um de extração de argila e um de cerâmica. Apenas três empreendimentos tiveram suas atividades suspensas, sendo dois deles por falta de licença ambiental. A principal preocupação destas fiscalizações é conscientizar os empreendedores quanto à importância de atuar ambientalmente legalizado.

 

A execução da operação contou com cerca de 80 pessoas, entre representantes dos órgãos do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Foram oito equipes atuando na região do Serro, com 38 pessoas e quatro equipes na região de Curvelo, com 16 técnicos. Os demais foram divididos em equipes de apoio nas duas sedes da operação (Serro e Curvelo) e nas estradas do entorno das fiscalizações.  

Fiscalizações para preservação permanente

As ações do CGFAI na região do Alto Jequitinhonha têm justificada sua relevância em diversos aspectos, com destaque para a presença nesta região da Serra do Espinhaço, que ganhou o título de Reserva da Biosfera em 2005.  

O Instituto Estadual de Florestas (IEF) apresenta um trabalho extenso de preservação no Alto Jequitinhonha, com cinco Parques Estaduais (Rio Preto, Biribiri, Pico do Itambé, Serra Negra e Serra do Intendente) e duas Estações Ecológicas (Mata dos Ausentes e Acuã). 

A fiscalização para o controle de desmatamento e combate ao carvão de mata nativa é de extrema importância para as Unidades de Conservação da região. “As unidades de proteção integral são exemplos de cuidado com a fauna e a flora, mas precisamos olhar para toda a região, buscando preservar o que nos resta de mata nativa e incentivar o reflorestamento” explica Antônio Augusto de Almeida, gerente do Parque Estadual do Rio Preto. 

A educação ambiental deve acompanhar sempre as ações de fiscalização. Antônio cita o exemplo do trabalho desenvolvido nas comunidades do entorno do parque: “Após uma conscientização sobre a importância das reservas legais, proteção das matas ciliares, das nascentes e áreas de preservação permanente, a comunidade é a nossa principal aliada na combate ao desmatamento”. 

Encerramento da Operação

 

Na manhã desta sexta-feira (29) os técnicos do Sisema e os policiais militares que participarão das fiscalizações, se reuniram no Regional do IEF em Diamantina para avaliar o resultado da operação.

 

Segundo o diretor de Meio Ambiente e Transito da Polícia Militar de Minas Gerais, Major Vito Couto os números de fiscalizações e apreensões de subprodutos da madeira surpreenderam as expectativas. “No entanto, o mais importante é a conscientização da comunidade. Pois, as pessoas que produzem o carvão, muitas vezes não têm outro meio de sobrevivência, e, nem mesmo consciência do dano ambiental que estão causando”.

 

O coordenador da operação, Eduardo Costa, observou a importância do trabalho de educação ambiental aliado às fiscalizações. “Nosso trabalho só será perfeito quando realizarmos uma operação como esta e não registrarmos nenhuma infração ambiental”.