O Congresso, que será realizado entre os dias 22 e 26 de abril de 2008, no Expominas, em Belo Horizonte, é organizado pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), por meio do Instituto Estadual de Florestas (IEF). O evento irá reunir representantes da comunidade acadêmica, órgãos governamentais, sociedade civil e setor produtivo na discussão das questões ambientais do Estado, especialmente as ligadas às Áreas Protegidas, tema transversal do Congresso que permeará todas as discussões.
O diretor-geral do IEF, Humberto Candeias Cavalcanti, observa que a primeira edição do Combio, realizada em 2006, produziu a ‘Carta pela Biodiversidade'. O documento, que foi endossado pelos 1,5 mil participantes, foi uma referência importante para a implementação de diversas ações do Governo de Minas, como o Projeto Estruturador para Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica.
A coordenadora técnico-científica do Combio e presidente da organização não governamental Instituto Terra Brasilis, Sônia Rigueira, explica que a estrutura das discussões foi montada para permitir um aprofundamento nas questões durante todo o evento. "Os assuntos apresentados nas palestras realizadas nas manhãs serão desdobrados à tarde nos simpósios e oficinas, numa espécie de pirâmide de discussões", explica Sônia Rigueira. "Ao final de cada dia, será elaborado um documento com as conclusões e propostas de cada tema", afirma.
Humberto Candeias afirma que o 2º Combio permitirá a avaliação das ações em defesa do meio ambiente e dará visibilidade a estudos científicos que têm sido elaborados com o objetivo de identificar o patrimônio natural de Minas Gerais e suas fragilidades. "O conhecimento produzido a partir desses estudos fornece a base científica para a formulação de políticas públicas realmente eficientes para a proteção da biodiversidade", observa Candeias.
Entre os estudos que serão apresentados no Congresso, Humberto Candeias destaca o Mapeamento da Cobertura Vegetal do Estado e as Listas Vermelhas das Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora de Minas Gerais. "A atualização desses estudos são instrumentos valiosos para determinar a política de criação de Áreas Protegidas em Minas", afirma.
Diversidade em Minas
O Brasil integra o grupo de 15 países megadiversos: Bolívia, Brasil, China, Colômbia, Costa Rica, Equador, Filipinas, Índia, Indonésia, Quênia, Malásia, México, Peru, África do Sul e Venezuela. Juntos, eles abrigam cerca de 70% da biodiversidade do planeta.
"Minas Gerais é um dos Estados que possui a maior diversidade biológica do País, por abrigar uma extraordinária variedade de paisagens o que reflete na riqueza da fauna e flora distribuídas nos seus três grandes biomas", afirma Humberto Candeias. Em seus 568 mil km quadrados, o Estado abriga a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga, além de ambientes específicos, como os Campos de Altitude, as Veredas e a Mata Seca.
"O primeiro Combio mostrou que Minas tem competência, estrutura, organização e é um dos melhores laboratórios de meio ambiente do País: a biodiversidade existente em nossos parques, matas, montanhas, cachoeiras, riachos e rios", afirma Candeias. "O desafio é colocar em prática as propostas que serão feitas na segunda edição do Congresso e usar o conhecimento e a experiência acumulados para promover as transformações e inovações rumo ao real desenvolvimento sustentável", ressalta.
O diretor de Biodiversidade do IEF, Célio Murilo Carvalho Valle, afirma que o esforço pela preservação da natureza é um esforço pela vida. "O homem precisa se colocar como um membro da biodiversidade, ao mesmo tempo igual aos outros animais do planeta, mas agente importante na preservação", afirma.
04/04/2008
Fonte: Ascom / Sisema