Foto: Evandro Rodney
Alinhamento do Estado pode reduzir os impactos ambientais dos incendios florestais, acredita o secretário Germano Vieira
O Estado já se prepara para prevenir e também dar respostas rápidas e eficientes à ocorrência de incêndios florestais em suas unidades de conservação, o que inclui parques estaduais, reservas ecológicas, monumentos naturais, entre outras. Desde os primeiros dias de março, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), por meio da equipe do Previncêndio, tem se reunido com os representantes das Unidades Regionais de Florestas e Biodiversidade (URFBio) para alinhar procedimentos. As medidas, como a contratação temporária de brigadistas, aquisição de equipamentos de proteção individual, apoio aéreo e fornecimento de alimentação em atividades preventivas e de combate, serão adotadas no período crítico de incêndios.
Apesar do estado de calamidade pública decretado pelo governo, as atividades de prevenção e combate aos incêndios florestais continuam sendo executadas, porque são consideradas atividades essenciais. De acordo com o Diretor Geral do IEF, Antônio Augusto Melo Malard, “o momento é de dificuldades, adaptações a este período e muitas mudanças. Mas toda a equipe do IEF está empenhada para que não ocorra qualquer prejuízo ao planejamento das atividades de prevenção e combate aos incêndios, que é fundamental para as unidades de conservação do Estado”, disse.
Detalhes das aquisições e contratação serão oficializados pelo IEF por meio de decreto nos próximos meses. Além do IEF, integram a Força Tarefa Previncêndio a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), que coordena o grupo, o Corpo de Bombeiros, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os órgãos somam esforços entre julho e novembro, anualmente, para reduzir as ocorrências de e o impactos dos incêndios florestais nas unidades de conservação estaduais
As reuniões de alinhamento são feitas com as coordenações e gerências das unidades de conservação estaduais e técnicos do Previncêndio, e objetivam a prevenção e a facilitação das complexas atividades de combate ao fogo no período crítico, principalmente entre os meses de agosto a outubro.
“Fazemos esse planejamento para evitar contratempos durante a temporada do fogo. Alinhamos os procedimentos porque, além de temos um cenário meteorológico incerto, precisamos estar bem preparados diante das ocorrências, que são muitas e, muitas vezes, simultâneas”, disse o gerente do Previncêndio, Rodrigo Belo Bueno.
PREVENÇÃO
O planejamento envolve também ações preventivas, como cursos de formação, informações sobre o uso da rádio comunicação, uso dos brigadistas para inibir as ocorrências e a realização de aceiros. “Os aceiros são faixas ao longo das cercas e divisas onde a vegetação é retirada ou queimada para que não haja propagação do fogo, em caso de incêndios florestais. Essa técnica evita que uma área de vegetação que ainda não foi atingida, também seja queimada”, afirmou Rodrigo Belo.
Para quem participou do alinhamento, a avaliação sobre os encontros tem sido positiva. Monitora ambiental no Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, Marilza Martins afirmou que as orientações são importantes para o planejamento. Ela ainda destacou o incentivo dado aos gestores para a busca de parcerias com a comunidade do entorno das unidades de conservação e a iniciativa privada para o desenvolvimento de ações de prevenção.
Paralelo a isto, Marilza também enfatizou a importância da gestão de recursos de modo racional para aproveitamento durante todo o período. “Com tudo isso que foi passado é possível identificar as fragilidades e os pontos positivos das unidades”, disse. “Também percebemos que os colaboradores fixos são os que mais ajudam nas ações diretas de combate aos incêndios e, por isso, somos orientados a aproveitar as capacitações para a reciclagem dos monitores e agentes ambientais”, acrescentou.
Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais e coordenador da Força Tarefa Previncêndio, Germano Vieira, acredita que o alinhamento é importante para uma padronização de ações. O resultado, segundo ele, é a diminuição dos impactos nas unidades de conservação. “Anualmente enfrentamos esse período, mas com planejamento e responsabilidade, nós tentamos diminuir as consequências dos incêndios florestais na biodiversidade”, salientou Vieira.
As reuniões da Força Tarefa continuam nos próximos meses. Mas, com a decretação do Estado de Calamidade Pública, pelo governador Romeu Zema e a instituição do teletrabalho aos servidores do Estado, em prevenção à pandemia de Covid-19, algumas reuniões estão sendo realizadas por videoconferência. “A gente sempre trabalha para o pior cenário. Por isso, as ações não podem parar. Com a situação do Coronavírus nós seguiremos com o alinhamento, disponibilizando arquivos e e-mails para troca de dúvidas”, complementou Bueno.
PREVINCÊNDIO
O Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, denominado Força Tarefa Previncêndio (FTP), foi criado através do Decreto nº 44.043, de 09 de junho de 2005, em atendimento ao disposto na Lei nº 10.312, de 12 de novembro de 1990, sendo posteriormente reeditado pelo Decreto Estadual nº 45.960, de 02 de maio de 2012, para desenvolver as atividades de prevenção e combate a incêndios florestais nas unidades de conservação sob responsabilidade do Estado, nas áreas de relevante interesse ecológico ou em áreas florestais que coloquem em risco a segurança das pessoas, o meio ambiente e o patrimônio da comunidade mineira.
Desde a sua criação, a FTP vem trabalhando de forma inovadora na busca de novas tecnologias e no envolvimento de novos parceiros. Além disso, busca-se a ampliação da capacidade de resposta do grupo, por meio de recursos aéreos, reforçados pelos brigadistas contratados temporariamente e também por voluntários, que atuam nas unidades de conservação estaduais de Minas Gerais e unidades operacionais do Previncêndio - IEF.
Simon Nascimento
Ascom/ Sisema