Divulgação Sisema
O trabalho é voltado para o MIF, sobretudo as queimas prescritas
O gerente do Parque Estadual do Biribiri, Rodrigo Zeller, participa, de 15 e 24 de novembro, de um intercâmbio no estado de Roraima para conhecer o trabalho de Manejo Integrado do Fogo (MIF), com ênfase nas queimas prescritas. A visita técnica acontece no Parque Nacional do Viruá e na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
O gerente recebeu o convite do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PREVFOGO) e do Instituto Chico Mendes de Proteção a Biodiversidade (ICMBio). “O trabalho não é voltado para o combate a incêndios florestais, mas para as técnicas empregadas no manejo integrado do fogo”, explica Rodrigo Zeller.
A queima prescrita é uma das técnicas previstas no Manejo Integrado do Fogo, que também envolve práticas de planejamento, monitoramento, conscientização ambiental, pesquisas, e inclusive a recuperação de áreas atingidas por incêndios. A queima prescrita consiste no uso intencional de fogo para manejo de vegetação, sempre seguindo um planejamento prévio e objetivos bem definidos. Em Minas Gerais, a prática é regulamentada no interior e no entorno das áreas de preservação estaduais desde 2020, com a publicação do Decreto Estadual 47.919/2020.
As queimas prescritas são importantes para reduzir a biomassa acumulada, protegendo as áreas dos incêndios futuros, especialmente daqueles mais severos, principalmente em épocas mais secas, compreendidas entre agosto e outubro, quando há registros de umidade relativa do ar muito baixas, associadas ao elevado ressecamento da vegetação. As características citadas fazem com que o fogo atinja maior intensidade, quando os incêndios causam danos graves à flora e à fauna, mas o que não é esperado quando são realizadas as queimas prescritas.
O objetivo é conhecer outras técnicas de queimas prescritas dentro do manejo integrado do fogo. “Temos trabalhado com vários intercâmbios com órgãos ambientais, como o Ibama, o ICMBio, e envolvendo secretarias municipais, comunidades tradicionais e indígenas. Enfim, o IEF e a Força Tarefa-Previncêndio estão muito integrados a todo este esforço nacional de prevenção contra incêndios, e este intercâmbio é mais um desdobramento desse trabalho, que está produzindo resultados muito promissores”, afirma Rodrigo Zeller.
Novidades
Uma novidade citada pelo gerente no intercâmbio foi o emprego do Sling Dragon no Parque Nacional do Viruá. Diretamente da aeronave, foram lançadas esferas nas áreas onde se pretende fazer a queima prescrita, as quais provocam ignição logo após tocar o terreno, sem necessidade de desembarque de brigadistas, e com alta precisão. “A técnica melhora muito a logística do trabalho e o tamanho da área de manejo, sobretudo em territórios muito extensos e de difícil acesso, como é o caso em Roraima”, observa Rodrigo Zeller.
“Roraima é bem diferente do nosso Estado e intercâmbios permitem conhecer outras realidades, além de enriquecer o trabalho realizado em Minas Gerais”, afirma. No caso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, por exemplo, a queima prescrita tem a finalidade principal de reduzir o material combustível, mas tem atenção também na resposta ecológica das plantas de interesse para consumo, como o murici e o cajueiro. Esses aproveitamentos humanos de espécies dependentes do fogo, que são potencializados depois da queima prescrita, também precisam ser considerados na implementação do MIF em Minas Gerais, seja nas zonas de Amortecimento das áreas de preservação como nas UCs de uso sustentável.
Zeller destaca que os órgãos ambientais têm trabalhado juntos no enfrentamento das Mudanças Climáticas, e que o IEF está avançando muito bem nesta temática do MIF, o que é bem reconhecido em âmbito federal.
Ele lembra quando foram feitas as queimas prescritas o Parque Estadual do Biribiri, de abril a junho de 2023, quando a gerência do parque, em conjunto com a Força-Tarefa Previncêndio planejaram e coordenaram diversas ações com o Ibama/PREVFOGO, o ICMBio, colegas de outras UCs estaduais e municipais, membros da Brigada 1 e brigadistas voluntários de Diamantina. "Tudo feito de forma criteriosa e que já produziu ótimos resultados, aparecendo nitidamente nos gráficos", observa Zeller.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema