O Instituto Estadual de Florestas – IEF/MG, em 2010, por meio da Gerência de Proteção à Fauna, Flora e Bioprospecção/Diretoria de Biodiversidade apoiou o desenvolvimento de pesquisas em biologia, ecologia, taxonomia (ciência que classifica os seres vivos) e distribuição, com o objetivo principal: diminuir o percentual de ameaça de extinção de espécies somente encontradas nos biomas de Minas Gerais.
De acordo com conhecimentos prévios e constatações destas pesquisas, a extinção de algumas dessas espécies são decorrentes das principais causas: destruição de seus habitats (31,4%); desmatamento (24,9%); fogo (8,7%); poluição (7%); perseguição ou apanha (6,4%); entre outras. Para reverter esse quadro, estudos apontam que as duas primeiras medidas a serem tomadas, são a proteção dos habitats desses animais e a pesquisa em biologia, ecologia, taxonomia e distribuição, nas quais o IEF/MG desempenha importante papel, tais como: investimentos financeiro, técnico, social e cultural, etc.
“O IEF tem trabalhado com a comunidade científica, a fim de mostrar a importâncias de algumas espécies encontradas apenas em determinadas regiões de Minas Gerais. Como pesquisas não é nosso foco, firmamos convênios com outras instituições, para tanto. E estas têm estudado as espécies, com a pretensão em diminuir o grau de ameaça de extinção Associadas às outras ações realizadas pelo IEF para a preservação e conservação da vegetação; pelo desenvolvimento sustentável dos recursos naturais renováveis; pela pesquisa em biomassas e biodiversidade; pelo inventário florestal, mapeamento da cobertura vegetal do Estado, administração das unidades de conservação estaduais, essas parcerias têm dado bons resultados”, ressalta o gerente de Proteção à Fauna, Flora e Bioprospecção, Miguel Ribon Júnior.
Com o objetivo: disponibilizar informações ambientais contextuais, para a comunidade da nascente do rio São Francisco e turistas na Serra da Canastra, entre os trabalhos realizados pelo IEF/MG, está o Projeto “Aqui Água Acolá”. Este projeto, ainda em andamento, criado em 2006, conta com a parceria do Instituto Terra Brasilis, IBAMA, comunidades rurais de São Roque de Minas e Vargem Bonita, busca sensibilizar e envolver a todos na participação para o uso solidário da água e na proteção da biodiversidade, utilizando o pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) como porta-voz e espécie bandeira.
Outro projeto em execução é o de Fomento de Criatórios Experimentais de Pacas (Cuniculusi paca), que por sua vez, pretende promover a conservação e reprodução de matrizes e reprodutores, mediante pesquisa científica e fomento de criatórios experimentais a serem implantados. Trata-se de parcerias do IEF/MG com a Fazendo Engenho D’Água, Ambiente Brasil Centros de Estudos, IIBAMA, Universidade Federal de Viçosa (UFV) e três proprietários rurais na região de Ouro Preto e Mariana. “Desde 2006 trabalhamos com a perspectiva e o respectivo acolhimento das espécies apreendidas pelo IBAMA. Bem como, com a continuidade das pesquisas acadêmicas sobre a reprodução e o manejo da paca, realizadas sob a supervisão da UFV”, explica Ribon. Já o projeto Conservacionista do Veado Catingueiro (Mazama gouazoubira), desenvolvido pela gerência, tem a pretensão de proteger e promover a reprodução monitorada da espécie no criatório da Fazenda Engenho D’Água, localizada em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto.
Também, foi graças ao apoio dessa gerência, ao projeto Conservação e Uso Sustentável do Minhocuçu em Minas Gerais, desenvolvido pelo IEF em parceria com o Instituto Sustentar e Ministério Público Estadual, foi desenvolvido o ciclo de manejo comercial da espécie, de forma descontrolada, como isca para pesca, que culminou o distanciamento do status de criticamente ameaçada de extinção a preservação do minhocuçu (Rhinodrilus alatus).
Trabalho parecido tem sido feito com a Águia-cinzenta (Harpyhaliaetuas coronatus). O objetivo do projeto Manejo e Conservação da Águia-cinzenta, lançado neste ano é monitorar as populações remanescentes, introduzindo um trabalho de educação ambiental com foco na diminuição dos problemas como a caça e a perseguição.
Soma-se a estes, e em execução, o programa de Diagnóstico e Monitoramento da Biodiversidade na Região do Mosaico de Unidades de Conservação do Espinhaço: Alto Jequitinhonha – Serra do Cabral e do Mosaico de Unidades de Conservação Sertão Veredas-Peruaçu com o Instituto Biotrópicos. Os objetivos são: registrar o cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus) no Parque Estadual Veredas do Peruaçu avaliar o uso sazonal das veredas dessa unidade pela mastofauna de médio e grande porte; realizar o inventário de mamíferos de médio e grande porte no Parque Estadual Serra Negra e de anfíbios no Parque Estadual da Mata Seca, entre outras atividades.
Ainda em 2010, foi desenvolvida a Expedição Fauna das Gerais. O projeto realizado em parceria com a Organização não Governamental (ONG) 4 Cantos do Mundo integra a Campanha Estadual de Proteção à Fauna, que visa promover ações educativas e de mobilização social sobre as agressões e pressões que a fauna tem sofrido e que ameaçam de extinção, a médio e a longo prazo, várias espécies silvestres. Além disso, a campanha procura sensibilizar a sociedade civil mineira a respeito dos danos provocados pelo comércio ilegal de espécies, pela caça predatória, perseguição ou apanha, atropelamentos de animais, a destruição de habitat provocados por queimadas, desmatamentos, poluição e outras ameaças indiretas.
A “Expedição Fauna das Gerais” foi acompanhada por uma central itinerante de notícias e produção de fotos e vídeos, que diariamente gerou conteúdo pela internet, permitindo acesso irrestrito ao seu blog e acompanhamento às suas ações, trajeto, localidades, unidades de conservação e espécies da nossa fauna. Durante 45 dias, a expedição percorreu cerca de 6000 km, marcando presença em 12 municípios, próximos às 16 Unidades de Conservação Estaduais. Cerca de 6.000 alunos da rede pública de ensino assistiram ao espetáculo.
Neste mesmo ano, buscou-se introduzir assuntos referentes à fauna silvestre visando a aquisição de conhecimentos dos técnicos do Sisema, através de uma capacitação intitulada “Trilha Básica de Gestão da Fauna”, utilizando-se da Plataforma de Ensino a distância do Sisema, a “Estação do Saber”. De acordo com Ribon, “conseguimos reduzir custos em relação a capacitações presenciais; flexibilizamos local e horário das aulas e reduzimos barreiras geográficas sem prejuízo da eficácia dos resultados”.
Nova Legislação
Segundo Decreto Estadual nº 44.807, de 12 de maio de 2008, o Instituto Estadual de Florestas tem por finalidade executar a política florestal do Estado e promover a preservação e a conservação da fauna e da flora, competindo-lhe coordenar, orientar, fiscalizar e supervisionar a execução das atividades de gestão da fauna silvestre no território do Estado, em articulação com o Ibama. Instituiu-se um grupo de trabalho integrado por técnicos do Ibama, IEF/MG e PMMG-DMAT dando inicio à revisão do Projeto de Lei nº 135, que por sua vez, estabelece a política estadual de proteção aos animais do Estado e o Termo de Cooperação Técnica para gestão dos recursos faunísticos, que prevê a transferência gradativa por meio de um cronograma de adequações para assumir integralmente as atividades relativas à fauna silvestre do Estado. A minuta de Lei de Proteção aos Animais Silvestres de Minas Gerais e o Termo de Cooperação para Gestão dos Recursos Faunísticos entre IEF e Ibama estão em fase final de elaboração.
Fonte: Ascom/ Sisema
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