IEF estimula uso correto do fogo por produtores rurais

Notícia

Sex, 03 ago 2007


O trabalho das equipes do IEF tem se concentrado nos municípios onde o número de focos de calor em 2006 foi maior. Segundo a gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Laudicena Curvelo Pereira, as regiões Noroeste, Jequitinhonha e Norte do Estado, naturalmente secas, receberão atenção especial.

Até o final da semana, as equipes do IEF estarão realizando visitas aos produtores rurais dos municípios de Unaí, João Pinheiro e Paracatu, no noroeste do Estado. "Em 2006, foram registrados 271 focos de calor nos três municípios e, até julho deste ano, já foram apontados 269 focos", afirma Laudicena Curvelo. Segundo ela, de janeiro a junho de 2007, foram registrados 447 focos de calor em toda a região noroeste e somente 27 autorizações de queima controlada foram emitidas.

A emissão da autorização é um dos instrumentos para facilitar a vigilância dos incêndios no Estado. "As informações sobre as autorizações concedidas é lançada no Sistema Integrado de Informação Ambiental (Siam) e cruzadas com as provenientes dos satélites que monitoram o Estado", explica Laudicena Curvelo. "Quando o satélite detecta um foco e temos a informação de que se trata de uma queima autorizada, evita-se o deslocamento desnecessário de pessoal e equipamento", afirma.

Segundo Laudicena Curvelo, a sensibilização dos proprietários rurais desses municípios, especialmente os que vivem no entorno das unidades de conservação, é essencial para evitar os incêndios. "A queima do terreno é permitida, mas é imprescindível que seja solicitada autorização e acompanhamento do IEF", explica.

A autorização de queima controlada é concedida para áreas que contenham restos de cultura agrícola, cultivo de cana-de-açúcar, manejo de pastagem e restos de exploração florestal.  Para executar a queima o produtor deve tomar uma série de medidas, como a construção de aceiros para evitar que o fogo ultrapasse os limites da área a ser limpa. O uso não autorizado do fogo pode ser punido com advertências e multas que podem chegar a R$ 500,00 por hectare.

O serviço pode ser solicitado nas unidades de atendimento do IEF em todo o Estado. Técnicos do Instituto orientam os produtores sobre as melhores formas e horários para realizar a queima. Para áreas menores que cinco hectares não é cobrada taxa. As informações sobre como solicitar a autorização e as formas corretas de realizar uma queima controlada estão disponíveis no sítio do IEF na internet: www.ief.mg.gov.br

Alternativas

Laudicena Curvelo observa que o IEF vem estimulando os produtores rurais a utilizarem outras técnicas para limpeza de terreno, como a roçada manual ou mecanizada das áreas. "A maioria dos produtores prefere a queima pelo aparente baixo custo, mas estudos apontam que o rendimento proporcionado pela utilização de outras técnicas é praticamente o mesmo, sem falar nos benefícios ao meio ambiente", afirma. Ela cita, ainda, estudo da Universidade Federal de Viçosa que aponta rendimentos iguais para os produtores que utilizam o fogo e o método da roçada. "A produtividade é maior utilizando a roçada, compensando o maior gasto no momento da limpeza", explica.

O uso do fogo, apesar de muito difundido entre os produtores rurais, é uma prática agressiva para o solo. "A queima constante diminui o volume de matéria orgânica presente no solo, empobrecendo-o e tornando-o mais exposto à erosão", esclarece Laudicena Curvelo. A prática também diminui a capacidade de retenção de água no solo, o que provoca o assoreamento e secamento de cursos d´água.


02/08/2007
Fonte: Ascom/Sisema