Instituto Estadual de Florestas apoia iniciativa para reflorestamento e implantação de sistemas agroflorestais em aldeias indígenas

Notícia

Qui, 13 jun 2024


Foto: IEF/Divulgação 

Projeto Hãmhi 3 DENTRO

O projeto visa a formação de 30 agentes agroflorestais Maxakalis  que realizam o plantio de quintais agroflorestais, organizam mutirões de plantio de árvores nativas da mata atlântica e de matas ciliares

 

O Instituto Estadual de Florestas (IEF) participou, de 11 a 13 de junho, de visita técnica a aldeias indígenas, nos municípios de Teófilo Otoni, Ladainha, Santa Helena de Minas e Bertópolis. A visita teve como objetivo acompanhar as ações do Projeto Hãmhi - Terra Viva, realizado com  Povos Maxakalis por iniciativa do Instituto Opaoká e apoiado pelo IEF.

 

O projeto prevê a recuperação de 150 hectares de mata nativa e de Mata Atlântica, além de 60 quintais agroflorestais. Com a formação de 30 agentes agroflorestais dos povos Maxakalis são realizados o plantio de quintais agroflorestais, mutirões de plantio de árvores nativas da Mata Atlântica e de matas ciliares e o desenvolvimento de ações de educação ambiental e prevenção, inclusive no combate aos incêndios florestais. “O IEF doa as mudas e presta apoio técnico na construção de viveiros e quintais agroflorestais”, disse o supervisor da Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade (URFBio) Nordeste do IEF, em Teófilo, Luiz Cláudio Pena Ferreira.

 

De acordo com o supervisor, até o momento, o projeto já promoveu o plantio de cerca de 60 hectares de Sistemas Agroflorestais, reflorestando os cinco territórios Maxacalis e consorciando o plantio de grãos com árvores nativas e frutíferas. “Estes plantios promovem sombras, protegem os rios e recuperam a umidade do solo, combatendo o aquecimento da temperatura”, frisou.

 

Com uma equipe composta por cinco coordenadores técnicos e administrativos, antropólogos, etnomusicólogos, indigenistas, pedagogos, além de cinco assessores de campo, especialistas em agroflorestas, são realizadas as ações para capacitação para o plantio, manejo e a formação de técnicos.

 

Cada agente agroflorestal Maxakalis recebe um kit de equipamentos agrícolas, bem como mudas e insumos para o plantio. Para construir a sustentabilidade desta ação foram construídos três viveiros-escola e uma rede de coletoras e coletores de sementes está em construção. Cada viveiro abriga hoje mais de 12 mil mudas de diversas espécies nativas.

 

Após um ano da implantação já foram construídos mais de 30 quintais agroflorestais, bem como mais de 50 hectares de reflorestamentos de Mata Atlântica, proporcionando a garantia de oferta hídrica e da subsistência dos povos Maxacali na região. “O projeto está sendo um sucesso e melhorando muito a vida dos indígenas”, disse Luiz Cláudio Pena.

 

A visita contou, ainda, com a presença de representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Plataforma Semente, Instituto Arboretum e ONG Teia dos Povos.

 

Povos Maxakalis

 

São os antigos habitantes dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce, uma população de 2.850 pessoas, com aldeias situadas em Teófilo Otoni, Ladainha, Santa Helena de Minas e Bertópolis.


Wilma Gomes
Ascom/Sisema