Parque Estadual Serra Verde realiza queima prescrita para prevenção a incêndios florestais

Notícia

Ter, 29 mar 2022


Foto: IEF/Divulgação

INCÊNDIO DENTRO

Brigadistas participam de atividade de queima prescrita para prevenção de incêndios florestais

 

Com intuito de aperfeiçoar medidas para prevenção de incêndios florestais, o Parque Estadual Serra Verde, em Belo Horizonte, realizou, na última semana, a atividade de queima prescrita como parte dos trabalhos de Manejo Integrado do Fogo (MIF). A ação, realizada entre os dias 24 e 25 de março, objetivou prevenir ocorrências de incêndios florestas na divisa da Unidade de Conservação (UC) com a área urbana.

O uso do fogo para prevenção e de combate aos incêndios está previsto no Código Florestal Mineiro, Lei Estadual 20.922/2013, e regulamentado pelo Decreto Estadual nº 47.919, de 2020, e pela Portaria IEF nº 28, também de 2020, que estabelecem as diretrizes de uso do fogo para essas finalidades.

 

O fogo é usado como ferramenta de prevenção e conservação em diversos outros estados, como o Tocantins e o Mato Grosso. Desde 2013 a técnica é usada nas unidades de conservação nacionais, administradas pelo Instituto Chico Mendes de Proteção à Biodiversidade (ICMBio) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em terras indígenas.

 

O Parque Estadual Serra Verde pretende fazer, ainda em 2022, outras queimas prescritas para preservar mais áreas na Unidade de Conservação. Esse tipo de atividade é sempre submetido à aprovação do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, a Força Tarefa Previncêndio (FTP).


Além dos funcionários do parque, participaram da ação brigadistas, voluntários e prestadores de serviço de prevenção e combate a incêndios florestais — contratados com recursos de Compensação Florestal Minerária das Unidades Operacionais Centro-Norte e Metropolitana —, Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte, entre outros atores.

 

Ação positiva

 

A diretora-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Maria Amélia de Coni e Moura Mattos Lins, esteve pessoalmente no local para conhecer a técnica aplicada e observou que a atividade se mostrou bastante segura, com uma reunião envolvendo os executores da queima em que foram compartilhados o planejamento e a forma de atuação dos participantes.


“É interessante perceber que podemos usar o fogo de maneira segura para prevenir incêndios, reduzindo as chances de uma ocorrência atingir determinada área no período mais crítico do ano. Quando os incêndios atingem temperaturas muito elevadas são mais difíceis de serem contidos e causam grandes prejuízos ambientais”, disse.


Rodrigo Belo, gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, que também esteve presente durante as atividades, destacou a importância do uso do fogo como um elemento natural presente no bioma Cerrado, como ocorrência natural na época chuvosa, quando os incêndios não causam os danos observados nos meses de estiagem — especialmente à flora e à fauna, que se adaptaram à presença do fogo originado por raios —, com comportamento mais ameno que do que as chamas de origem antrópica tão presentes nos meses de agosto a outubro.

 

Já o gerente do Parque Estadual Serra Verde, André Portugal Santana, salientou a importância da atividade para evitar que grandes incêndios acometam a área e vitime espécies arbóreas plantadas para a recuperação da área, como já ocorrido em momentos passados.


“O uso do fogo é mais uma ferramenta para tentarmos recuperar a área, restituindo no local uma vegetação mais semelhante à que originalmente ocupava a área, que serve de refúgio para diversas espécies de fauna, mesmo totalmente inserida no tecido urbano, como cachorros do mato, ouriços-cacheiros e diversas espécies de aves”, concluiu.

 

Matheus Adler
Ascom/Sisema