Piracema tem início em Minas e traz restrição de pesca nas bacias hidrográficas do Estado

Notícia

Ter, 08 nov 2022


 

Divulgação Sisema
piracema interna  
Portarias do IEF definem proibição da pesca no período da piracema

 

Teve início, em 1º de novembro, o período da piracema, no qual ocorre o movimento de várias espécies de peixes em direção às cabeceiras dos rios com o objetivo de continuarem o ciclo reprodutivo. Por isso, está em vigor a restrição de pesca de peixes nativos nas bacias hidrográficas de todo o Estado de Minas Gerais até 28 de fevereiro de 2023, conforme prevê as portarias 154, 155 e 156, publicadas em 2011 pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF).

 

Além das portarias publicadas pelo IEF, a pesca é proibida em períodos em que ocorre a piracema, em locais de desova e/ou a reprodução dos peixes, regulamentada na Lei nº 7.653, de 12 de fevereiro de 1988. Vale destacar que, durante a piracema, só pode haver pesca de espécies exóticas ou híbridas e no limite de três quilos diários.

 

A atividade pesqueira também só pode ser realizada em trechos com distância mínima de mil metros acima ou abaixo de encontros de rios, reservatórios, barragens e lagoas, para garantir a reprodução dos peixes no alto curso dos corpos d’água.

 

“As ações realizadas pelo Estado no período da piracema visam garantir que os peixes não encontrem dificuldades e ameaças antrópicas para completar seu ciclo natural, garantindo a sua reprodução e manutenção das suas populações nos rios e lagoas de Minas Gerais”, explicou o analista ambiental do IEF, Caio Alexandre Vieira.

 

Equipamentos de pesca e comércio de peixes

 

Os equipamentos permitidos durante a piracema são: linha de mão com anzol; vara; caniço simples; carretilha ou molinete de pesca, com iscas naturais ou artificiais. Fica proibido, ainda, o uso de redes e demais equipamentos que possam capturar diversas espécies, como as migradoras e em risco de extinção.

 

Já quem comercializa, explora, industrializa e armazena peixes deve se registrar junto ao IEF. Os estoques de peixe in natura, congelados ou não, provenientes de águas continentais, existentes nos frigoríficos, peixarias, colônias e associações de pescadores devem ser informados ao órgão.

 

A exigência também incide sobre os estoques armazenados por pescadores profissionais, entrepostos, postos de venda, depósitos e câmaras frias, em posse de feirantes, ambulantes, bares, restaurantes, hotéis e similares. Outras informações sobre as regras durante o período da piracema podem ser consultadas no site do IEF.

 

No entanto, é importante destacar que, para portar o pescado e equipamentos de pesca, ainda que em situações em que a atividade é autorizada, é obrigatório que o pescador porte e mantenha atualizada a carteira de pesca, que também pode ser obtido no site do IEF.

 

“Essas ações garantem ao pescador que tem seu sustento na pesca, a manutenção dos estoques pesqueiros e a sustentabilidade da atividade", concluiu Caio.

 

Fiscalização

Mesmo antes do período da piracema, a Subsecretaria de Fiscalização Ambiental (Sufis) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) realiza ações de fiscalização de caráter repressivo e orientativo. Nos meses de setembro e outubro, por exemplo, foram realizadas 363 fiscalizações de atividades de pesca. Ao todo, foram 170 fiscalizações com foco em pescadores amadores e 149 ações entre comerciantes de produtos de pesca.

 

Em fiscalização de pesca é verificado o porte de carteira de pesca, tanto a amadora como a profissional; as espécies de peixes e suas respectivas dimensões (tamanho mínimo) e a utilização de petrechos proibidos, conforme legislação vigente. Em relação ao comércio, é cobrado o cadastro e o registro junto ao IEF e o cadastro de estoque de pescado que deve ser apresentado antes do início da piracema.

 

No dia 27 de outubro, a Diretoria Regional de Fiscalização do Alto São Francisco realizou, com o apoio da 7ª CIA PM MAMB, uma Operação Preventiva em forma de Blitz Educativa para orientação e distribuição de materiais informativos sobre a Piracema. A Operação foi realizada em uma rodovia na cidade de Pimenta e na entrada do distrito de Santo Hilário. Moradores e pescadores da região foram orientados, totalizando uma abordagem de, aproximadamente, 70 veículos.

 

“O intuito da fiscalização preventiva é orientar, instruir, esclarecer e dirimir as dúvidas dos cidadãos e levar às pessoas conhecimentos do início do período de defeso dos peixes”, ressaltou a diretora de Fiscalização do Alto São Francisco, Dalila Mendes Leonardo.

 

Matheus Adler

Ascom/Sisema