O Instituto Estadual de Florestas (IEF) completa 55 anos nesta quinta (05/01) com a certeza de que a instituição tem uma capacidade à altura dos desafios que estão previstos para 2017. A autarquia do Governo de Minas foi criada em 1962, e tem como missão atuar no desenvolvimento das políticas florestal, de pesca, de recursos naturais renováveis e de biodiversidade em Minas Gerais.
Inicialmente ligada à Secretaria de Estado da Agricultura e hoje integra o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
Foto: Evandro Rodney
A Mata Atlântica é um dos biomas presente na vegetação de Minas.
O diretor-geral do IEF, João Paulo Sarmento, destaca a gestão da fauna como um dos principais desafios do IEF no momento. A atividade sempre foi realizada pelo Governo Federal e, desde 2011 foi transferida para o Estado. “O IEF está melhorando a estrutura que herdou do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) construindo, por exemplo, novos Centro de Triagem de Animais Silvestres”, afirma.
O Instituto deve ganhar novas atribuições que serão definidas assim que for publicado o Decreto que estabelecerá as competências do órgão. Atualmente, a área ambiental do Governo de Minas Gerais, passa por uma reformulação. A Semad foi o primeiro integrante do Sisema que sofreu alterações. Segundo Sarmento, áreas como a de pesquisa científica sobre a biodiversidade e prevenção e combate a incêndios florestais merecerão destaque na nova estrutura do IEF.
Recuperação de áreas
Outra frente de trabalho importante para o Instituto é a recuperação de áreas. João Paulo Sarmento afirma que a instituição tem a experiência e a infraestrura necessária para coordenar, por exemplo, as ações estabelecidas nos Planos de Recuperação Ambiental que surgirão após concluído o Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Os técnicos do IEF possuem experiência na recuperação florestal de áreas degradadas e o Instituto possui viveiros que são capazes de produzir 30 milhões de mudas por ano para essas ações”, observa.
O CAR é feito pelos proprietários e posseiros de imóveis rurais junto ao Governo de Minas e ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). As informações prestadas permitirão que o Estado conheça as regiões onde as Áreas de Preservação Permanente (APPs), como nascentes e matas ciliares, e de Reserva Legal precisam ser recuperadas. Em Minas, 591.605 proprietários já se cadastraram.
O IEF tem muito a contribuir também na recuperação do rio Doce que foi atingido por lama oriunda da barragem da empresa Samarco que se rompeu em 2015, no município de Mariana. “A recuperação das Áreas de Preservação Permanente dos rios da Bacia Hidrográfica do Rio Doce é a principal alternativa para a recuperação do corpo principal do rio”, completa.
Foto: Evandro Rodney
Cachoeira da Sempre Viva no Parque Estadual do Rio Preto
A recuperação e conservação florestal de áreas é um dos trabalhos que permitem a Minas ser um dos Estados que mais possuem vegetação nativa dos três biomas que abriga: Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Segundo o Mapa da Cobertura Vegetal de Minas Gerais, Minas ainda possui cerca de 34% do seu território com vegetação original.
Unidades de Conservação
Outra forma importante de proteção que o IEF realiza é a criação e gestão de unidades de conservação, que são as áreas onde a proteção da natureza é a norma principal, como os Parques e os Monumentos Naturais. Minas Gerais possui 91 unidades do tipo que garantem a proteção de 2,3 milhões de hectares.
Segundo João Paulo Sarmento, a população deve se aproximar ainda mais das unidades de conservação que são uma representação dos biomas existentes no Estado. “A presença das pessoas fortalece os laços com a natureza, aumenta a preservação e ainda são um indutor para o desenvolvimento local”, observa.
O IEF administra Parques famosos como destino de turismo, como Ibitipoca, Itacolomi, Rio Preto e Rio Doce. Para 2017, a infraestrutura para visitação das unidades de conservação será melhorada com a inauguração de novos centros de visitantes nos Parques Estaduais da Serra do Rola-Moça e do Pico do Itambé.
Parcerias
O centro de visitantes do Parque Estadual do Pico do Itambé tem recursos oriundos de uma parceria com o Governo da Alemanha por meio do Projeto de Proteção da Mata Atlântica em Minas Gerais (Promata). Ações conjuntas com essa, segundo Sarmento, são a receita para aprimorar os aspectos da gestão ambiental do Estado que estão sob responsabilidade do IEF.
Foto: Evandro Rodney
O Parque Estdual do Pico do Itambé ganhará um centro de visitantes em 2017
O diretor-geral do IEF destaca ainda a parceria que o Instituto está realizando com a Secretaria de Turismo no Estado para melhorar o atendimento ao visitante nas unidades de conservação e ampliar a divulgação das informações sobre os Parques e outras reservas.
“O gestor público, especialmente na área ambiental, não pode se isolar”, afirma Sarmento. “As parcerias com a sociedade são a forma mais efetiva de proteção da natureza e iremos estreitar as parcerias com as organizações, públicas e privadas, que tem interação com o tema”, completa.
Para cumprir sua missão, o IEF está presente em todas as regiões do Estado em uma estrutura composta por 13 escritórios regionais e cerca de 150 Agências Avançadas de Meio Ambiente, estruturas que disponibilizam ao cidadão todos os serviços do oferecidos pelo Instituto e servem como captadoras das demandas relacionadas ao Sisema.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema