Aconteceu na última sexta-feira (29), no auditório da Fundação de Amparo à Pesquisa de Estado de Minas Gerais (Fapemig), o II Workshop Sustentabilidade da Bacia Hidrográfica do Rio Pandeiros, uma apresentação de projetos oriundos de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Instituto Estadual de Florestas (IEF), Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) com o objetivo de incentivar projetos de pesquisa e ação de preservação e recuperação na Bacia Hidrográfica do Rio Pandeiros.
O TAC foi uma forma de compensação que teve sua origem em uma autuação de aproximadamente R$8 milhões aplicados pelo IEF à Cemig, em 2008, devido a um acidente ambiental que resultou na mortandade de peixes na época da piracema.
Foto: Diogo Brito
A diretora de Proteção à Fauna, do IEF, Sônia Cordebelle, durante o workshop.
Os projetos foram selecionados em conformidade com os editais elaborados pela comissão criada a partir do TAC. Além de elaborar as regras para a inscrição dos projetos, a equipe também tem a função de divulgar os editais por meio de workshop na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e na região do Pandeiros, e fazer cumprir o termo de compromisso, acompanhando a aplicação dos recursos disponibilizados.
“A participação do IEF na Comissão Pandeiros tem o intuito de relacionar as necessidades da Área de Proteção Ambiental (APA) e do Refúgio de Vida Silvestre Rio Pandeiros de forma que os editais contemplem linhas de pesquisas nas temáticas de meio ambiente e socioambiental, em favor da conservação e da sustentabilidade da Bacia Hidrográfica do Rio Pandeiros", esclareceu a gerente de projetos e pesquisas do IEF, Janaína Aguiar.
“Monitoramento e controle da erosão na Bacia do Rio Pandeiros”, “Comunidades integradas fortalecendo o agroextrativismo sustentável na região de Pandeiros em Bonito de Minas”, “Estudo da influência de interferentes sobre fontes de água subterrânea para a Bacia do Rio Pandeiros”, “História evolutiva da vegetação da Bacia do Rio Pandeiros: conhecer para atribuir valor”, “Avaliação das propriedades físico-químicas de biocombustíveis de palmeiras dos municípios da Bacia do Rio Pandeiros”, “Avaliação de genótipos da mandioca e épocas de colheita na região da Bacia do Rio Pandeiros e ambiente irrigado e não irrigado”, “Potencial terapêutico e farmacológico de espécies vegetais nativas da Bacia do Rio pandeiros no tratamento de doenças metabólicas: incentivo à preservação da flora” foram alguns dos projetos apresentados.
De acordo com a analista ambiental do IEF, Helen Duarte, a área da Bacia Hidrográfica do Rio Pandeiros é importante afluente do Rio São Francisco. “Toda e qualquer ação de proteção e recuperação terá reflexos diretos no Rio São Francisco”, enfatizou a analista.
Entre os palestrantes estavam pesquisadores, professores, biólogos, engenheiros ambientais, agrônomos, profissionais que explanaram sobre os projetos aprovados em edital que, em sua maioria, são teses de doutorados e artigos acadêmicos.
O primeiro edital foi publicado em 15 de janeiro de 2014, e até o momento mais dois foram promulgados. Destes, ao todo 15 projetos foram aprovados e receberam um aporte de cerca de R$3,3 milhões de recursos para a execução.
Região
A APA Pandeiros é a maior unidade de conservação de Minas Gerais, com área de 396.060.407 hectares. A unidade abrange os municípios de Januária, Bonito de Minas e Cônego Marinho, localizados no extremo noroeste de Minas Gerais, que destina-se principalmente à proteção do rio Pandeiros que integra a bacia do Rio São Francisco.
