O Seminário faz parte das discussões periódicas para elaboração de propostas de ações para preservação da biodiversidade em Minas Gerais que vem sendo realizadas desde 2006. Até o final de 2007, três outros seminários serão realizados em diferentes cidades.
As propostas extraídas dos Seminários serão reunidas e apresentadas no 2º Congresso Mineiro de Biodiversidade (COMBIO), que será realizado em abril de 2008. "As proposições serão a base para a elaboração de políticas públicas para a conservação da biodiversidade em Minas", afirma o diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Humberto Candeias Cavalcanti.
O Seminário teve ainda a participação do promotor de Justiça da Bacia do São Francisco, Paulo César Vicente de Lima; do Prefeito de Montes Claros, Athos Avelino Pereira; do reitor da Universidade Estadual de Montes Claros, Paulo César Gonçalves de Almeida, além de produtores rurais e representantes de organizações não governamentais, empresas e da comunidade acadêmica local.
Veredas
As veredas são Áreas de Preservação Permanente protegidas pelas Leis Estaduais 9.375 (1986) e 9.682 (1988). São responsáveis por uma parte significativa do abastecimento dos mananciais que formam os rios na região do Cerrado. No caso de Minas Gerais ocorrem principalmente no oeste e norte do Estado, sendo responsáveis pela formação de inúmeros afluentes do rio São Francisco. O ecossistema abriga ainda inúmeras espécies da fauna e flora, inclusive 14 das 69 espécies de mamíferos brasileiros ameaçados de extinção.
Humberto Candeias Cavalcanti observa que a proteção das veredas tem de ser acompanhadas por outras ações como o controle do desmatamento e o estimulo ao plantio de florestas. "O IEF mudou o foco das operações de fiscalização dos caminhões de carvão nas estradas para a preservação das árvores que permanecem de pé", afirma. "A criação e ampliação das áreas protegidas é uma solução urgente para a conservação das veredas", completa.
Ele destaca o trabalho que vem sendo realizado na região do rio Pandeiros, em Januária, no Norte do Estado. "O projeto de desenvolvimento sustentável implementado pelo IEF na região gerou alternativas de trabalho e renda para os moradores", afirma. "Hoje não são mais comuns os fornos de carvão que marcavam a paisagem da região há alguns anos", observa.
Candeias ressaltou o trabalho de exploração sustentável do coco do babaçu, espécie utilizada para diversos fins, como a produção de óleos e até de carvão vegetal sem derrubada de árvores. "As populações locais já têm conhecimento sobre o uso, mas a falta de estímulo levou à opção mais simples que é o desmatamento para produção de carvão", explica. Candeias observa que a renda média de uma família com a utilização dos produtos do babaçu chega a R$ 700, enquanto a média com a produção de carvão é de R$ 50", completa.
Humberto Candeias afirma que o projeto de desenvolvimento sustentável do Pandeiros modificou a visão que os moradores da região tinham do IEF. "De órgão repressor, o Instituto passou a ser visto como parceiro e a comunidade se tornou uma aliada na conservação do patrimônio natural", observa.
Fonte:
Assessoria de Comunicação
Sistema Estadual de Meio Ambiente