A arte sustentável, com utilização de resíduos de diversas origens, é o tema de quatro exposições no Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR). Três delas foram abertas na Semana do Meio Ambiente 2009 e permanecem por mais tempo aberta ao público.
Os objetos reutilizados vão desde restos de ponte, resíduos eletroeletrônicos, tiras metálicas e os já tradicionais papelão e pet, que se transformam em esculturas e bijuterias.
A Arte Sustentável de Sonhar
O pet, revestido de papelão, se transforma em figuras humanas e animais. Entre as figuras se destaca Dom Quixote de La Mancha, do paraibano Oceano Cavalcante. Os detalhes de D. Quixote vem de sucatas, bijuterias, fivelas e até de tampa de fogão.
Grande parte dos resíduos que Oceano Cavalcante utiliza é encontrada nas ruas. Em suas mãos, transformam-se em matéria-prima para arte-reciclagem
A mostra "Arte Sustentável de Sonhar" é composta por 50 esculturas, todas feitas com materiais recicláveis e ficam expostas até agosto.
A inspiração de Oceano Cavalcante vem do dia a dia com a família, da religiosidade e de sua vontade de "querer consertar as coisas tortas e desfazer os agravos do mundo" (Miguel de Cervantes).
Reutilizando com Arte
Tecnojóia é o resultado da reutilização de circuitos eletrônicos e outras peças de computador. A transformação em bijuterias é a exposição da comunicóloga Nana Hayne, que fica no Centro Mineiro de Referência em Resíduos até o dia 26 de junho.
Formada em Comunicação Visual pela Universidade de Guarulhos em 1982, trabalhou nos setores da propaganda e publicidade, passando por marketing e sinalização. Mais tarde voltou-se totalmente à pintura. Sempre preferiu técnicas mistas e, por vezes, algumas que desenvolveu. Gostava de experimentar tudo o que tinha disponível à sua volta e a consciência eco-ambiental sempre fez parte do seu sentir, pensar e agir, talvez por isso hoje trabalhe quase que exclusivamente com a transformação deste dito "lixo" em artesanato, principalmente na confecção das TecnoJóias
Tubismo IV
O artista Ricardo Carvão apresenta duas exposições: "TubismoIV", com esculturas de aço inoxidado, peças produzidas com resíduos de construção de pontes e "As Quatro Estações de Vivaldi" com esculturas em formato cilíndrico criadas com carretéis vazios de solda e tiras metálicas. O trabalho de Ricardo Carvão fica exposto até dezembro
Resgatado de um ferro velho e transformado em arte (Tubismo), o resíduo escolhido por Carvão deriva-se de restos de uma ponte construída no Canadá, há alguns anos. "Esse trabalho é resultado de uma pesquisa onde busquei as formas ideais trabalhando com uma só peça", afirma o escultor.
Mais conhecido em Belo Horizonte pela obra localizada na Praça do Papa, Monumento à Paz, o escultor Ricardo Carvão segue sua trajetória artística há 30 anos, estabelecendo uma linguagem entre a arte e o meio ambiente.
Fonte: Ascom/ Sisema
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