A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), por meio da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DOEP), está desenvolvendo um Projeto de pesquisa para a utilização da biomassa, recurso natural renovável e que podem ser usados como combustíveis alternativos na indústria cimenteira.
De acordo com o analista ambiental da Feam e coordenador do Projeto, Humberto Rodrigues Lóes, existe uma infinidade de biomassas sem aproveitamento e outras que são subaproveitadas. "Estamos fazendo, então, um estudo das biomassas que podem ser utilizadas nos processos industriais", explica.
O Projeto faz parte das proposições estabelecidas pelo governo de Minas no que diz respeito ao estímulo à adoção de práticas e tecnologias capazes de promover a redução das emissões de gases do efeito estufa, principalmente pelas indústrias mineiras, e propõe a utilização dos resíduos agrícolas e florestais e dos resíduos sólidos urbanos em fornos das indústrias cimenteiras.
O primeiro passo do projeto é o levantamento, a identificação e o estudo de viabilidade da utilização desses resíduos pelas indústrias. "A partir daí a Feam estabelecerá diretrizes para que as empresas possam obter créditos de carbono com essas atividades", esclarece Humberto Lóes.
A equipe de pesquisa já identificou algumas biomassas disponíveis como, por exemplo, a casca do café, do arroz, o bagaço da cana, palhada de milho, galhos e ponteiras de eucalipto, moinha (finos de carvão) e a matéria orgânica encontrada nos resíduos sólidos urbanos gerados após processo de compostagem e que podem ser usados como combustíveis alternativos nos fornos da indústria cimenteira.
O Projeto inicialmente trabalhará com 4 ou 5 tipos de biomassas e deve ser finalizado até o final de 2009 e apresentado às empresas como alternativa. "Além dessas biomassas serem mais baratas que os combustíveis tradicionalmente usados, será uma alternativa para substituir o combustível fóssil. Consideramos que tudo o que for feito para a minimização das emissões de CO² para a atmosfera será benéfico para a melhora das condições climáticas do planeta", argumenta Lóes.
Além de todos os benefícios apresentados, a equipe de pesquisadores estuda também a viabilidade da utilização dessas alternativas pelas indústrias mineiras. Minas Gerais possui atualmente 10 cimenteiras em todo o Estado e mais duas em processo de implantação, mas é preciso pensar também na disponibilidade destes recursos tendo em vista a localização de cada cimenteira e a logística para o seu aproveitamento.
Exemplo no Brasil
Um projeto desenvolvido em parceria entre a Prefeitura de Cantagalo no Rio de Janeiro e a Lafarge, fábrica de cimento Mauá, instalada no município, garante a utilização dos resíduos sólidos urbanos na fabricação de cimento. Os resíduos classificados na usina de reciclagem e compostagem de lixo e que não puderem ser reciclados ou usados na produção de adubo são co-processados nos fornos da fábrica de cimento. A tecnologia do co-processamento permite que os resíduos sejam destruídos e ao mesmo tempo substituam parte do combustível e das matérias-primas necessárias para produzir cimento, sem interferir na qualidade do produto.
Os técnicos da Feam envolvidos no Projeto mineiro já fizeram uma visita técnica à fábrica em Cantagalo e pretendem estudar e aproveitar a experiência do Rio de Janeiro também para o aproveitamento dos rejeitos de compostagem dos aterros sanitários de Minas Gerais.
Fonte: Ascom/ Sisema
Mais notícias de Minas Gerais no Agência Minas
Acompanhe também no www.youtube.com/agenciaminasgerais