Termina nesta sexta-feira (12) a operação de fiscalização realizada pelo Comitê Gestor de Fiscalização Ambiental Integrada (CGFAI) na região do Alto Jequitinhonha, abrangendo os municípios de Diamantina, São Gonçalo do Rio Preto, Mendanha, Datas e Gouveia. Ao todo, foram realizadas 30 vistorias com foco no desmatamento e garimpo irregulares. Em quatro dias de operação, 21 empreendimentos de mineração e áreas de desmate foram embargados. 860 metros cúblicos de lenha foram apreendidos e cerca de R$ 30 mil foram aplicados em multas.
Em uma das ações, realizada na quarta-feira (10), foram presos 18 garimpeiros, entre eles um suspeito de ser atravessador na venda dos diamantes e do ouro extraídos. Com os garimpeiros foram apreendidas três peneiras, 10 bateias, 16 peneiras finas, 18 pás, 12 enxadas, R$ 151,00, duas balanças de precisão, dois decigramas de ouro e duas pedras de diamante.
O garimpo irregular acontecia na área de um antigo empreendimento de mineração, já desativado. Segundo o analista Ambiental da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Gerson de Araújo Filho, a principal degradação causada por esse tipo de ação é o assoreamento do curso d'água. "Os garimpeiros fazem pequenas bacias ao longo do leito do rio, intervindo em áreas de preservação e destruindo as matas ciliares, além utilizarem produtos como mercúrio, que contamina a água", explica.
Os desmates para produção de carvão, também constantes na região, são foco do IEF em suas ações de rotina, as chamadas ações setoriais, que têm caráter permanente. Na quinta-feira (11), o Instituto realizou um novo levantamento, com o apoio de um helicóptero, de áreas desmatadas para averiguação. Os técnicos realizaram, ainda, uma varredura em torno de algumas unidades de conservação próximas à cidade de Diamantina.
Esta é a terceira ação do CGFAI na região. Em 2006 houve uma grande mobilização com participação da Polícia Civil e do IBAMA e, em junho de 2007, equipes retornaram à região. Para a operação desta semana, batizada de "Alto Jequitinhonha III", foram mobilizadas 30 pessoas, entre técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e profissionais da Polícia Militar de Meio Ambiente.
Ascom / Sisema